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Rui inventou formas de manter os alunos sempre atentos (e é o melhor professor do ano)

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Rui Correia, da Escola Básica de Santo Onofre/Agrupamento de escolas de Raul Proença, nas Caldas da Rainha, onde leciona História, é o vencedor da segunda edição do Global Teacher Prize Portugal 2019, prémio que elege o melhor professor do ano.

Esta edição contou com mais de 200 candidaturas e acima de 1500 recomendações submetidas por alunos, colegas e encarregados de educação, que resultaram na nomeação de dez finalistas – seis mulheres e quatro homens – chegados de diferentes zonas do território nacional, de 18 distritos do continente e das regiões autónomas. O galardoado foi conhecido esta segunda-feira, numa cerimónia que decorreu no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.

“Quero dedicar aos meus alunos. Obviamente que são os responsáveis por eu estar aqui. É uma honra e um grande prestígio“, começou por dizer Rui Correia, citado pelo Diário de Notícias. “Nós não somos os melhores professores do país, somos alguns dos melhores. E não precisamos de sair das nossas escolas para os ver.”

É padrinho de casamento de antigos alunos e até visita os atuais em casa quando é necessário. Manter a atenção de um aluno durante 45 ou 90 minutos não é tarefa fácil, mas Rui Correia aceitou essa como a sua missão.

“O meu projeto envolve muito a ideia de que ninguém aprende sem estar amavelmente comprometido com o ato de aprender. Eu tenho um grande adversário, que é o aluno que sente que não tem de saber coisas. E o querer saber, para mim, é um ponto essencial”, começou por explicar.

“A distração faz parte dos processos de aprendizagem. Por que é que eu hei de estar uma aula inteira só a falar de um assunto qualquer, por muito interessante que seja? Isso não vai acontecer. Eles não vão estar interessados este tempo todo. Tenho alunos que são capazes de ficar uma semana a ouvir-me, mas eu não quero dar aulas a 75% da turma, eu quero dar aulas para toda a gente”, esclarece.

O professor das Caldas da Rainha experimenta mecanismos que garantam que os alunos estejam o máximo de tempo possível interessados no que estão a aprender.

“Faço-o garantindo que os ciclos de atenção são constantemente reativados. Dou 15 minutos de aula, por exemplo, e eles têm de me dizer o que acharam mais interessantes daqueles minutos. O resultado prático daquilo é que aquilo que um não ouviu, o outro ouviu e começamos ali a montar um puzzle que faz com que todos estejam a participar. Isto tem um nome: chama-se querer saber. Quando alguém quer saber é muito difícil que não venha a aprender”, explica.

Outra estratégia é pedir aos alunos para escreverem um resumo do que é lecionado a cada 15 minutos numas páginas amarelas ou oferece-lhes pequenos quadros brancos e “copos semáforos” através dos quais mostram se estão a perceber ou mesmo a gostar do que lhes está a ser ensinado.

No final, o “essencial” é não deixar que os alunos desistam de si próprios. Rui Correia garante que está “muito mais interessado em construir uma atmosfera em que se sintam confortáveis em aprender coisas do que em ensinar a terceira dinastia”.

Ganhou um cheque de 30 mil euros para iniciar um projeto educativo, mas ainda nem sonha qualquer plano. “Ainda vivo a 20 centímetros do chão, por isso, se me quiserem encontrar eu estarei a flutuar algures por aqui.”

É a segunda vez que Portugal se torna um dos países no mundo a celebrar uma edição nacional do conhecido por ser o “Nobel da Educação”, o Global Teacher Prize internacional. Na primeira edição portuguesa, em 2018, foi Jorge Teixeira, professor de ciências do ensino secundário público, em Chaves, o vencedor. Entrou, inclusive, para o Top 50 de finalistas a nível mundial.

ZAP //

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2 Comments

  1. Pois, mas estes gajos que saem um bocado da caixa, que não se preocupam tanto com quantidade,mas com a qualidade, são, grosso modo, um problema. É que depois, as metas ficam por cumprir…. Além de que, ser popular entre os alunos, via de regra despoleta invejas nos corredores do poder…
    Por acaso, gostava de saber qual foi a nota deste professor nos últimos anos. Provavelmente é daqueles que é “apenas” bom. Porque, excelentes e muito bons estão reservados para uma casta de predestinados…

  2. Ganhou um cheque de 30 mil broas mas daqui para frente… vai continuar a receber o mesmo salário. Como é lindo o funcionalismo público. Provavelmente até recebe menos que o Mário Sobreiro que nem dá aulas há mais de 20 anos, pelo que dizem nos media.

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