António Costa não comenta os casos de corrupção no governo, porque está a resolver os problemas dos portugueses — que é o que importa.
Esta semana, o primeiro-ministro, António Costa, desvalorizou a demissão do secretário de Estado da Defesa, acusado de corrupção, na que foi a 13ª saída do governo em outros tantos meses desde a eleição que deu ao PS a sua segunda maioria absoluta, depois de José Sócrates.
Segundo o primeiro-ministro, as questões que têm afectado o Governo “não são o que preocupa o portugueses”.
Num curto comentário às acusações que envolvem Marco Capitão Ferreira, Costa pediu que “deixemos a Justiça funcionar”, e considerou que “o que preocupa as pessoas é a inflação, se vamos continuar a reduzi-la, se vamos prosseguir a política de melhoria de rendimentos, os desafios do reforço do SNS”.
António Costa salientou ainda que “anda na rua e ouve o que as pessoas dizem, que tem pouco a ver com estes assuntos”. E, diz o primeiro ministro, o Governo tem que escolher se governa para os comentadores ou para os portugueses.
Esta segunda-feria, num artigo de opinião no DN, Paulo Baldeia critica a ideia expressa pelo primeiro-ministro de que as pessoas não se importam com os “casos e casinhos” de incompetência ou corrupção no governo.
Segundo o jornalista da TSF, esta ideia “é perigosa para a democracia”, porque sugere que, desde que se cumpram as expectativas básicas dos cidadãos (emprego, salário justo e serviços públicos de qualidade), o governo tem carta branca para agir sem responsabilização.
Este argumento, diz Paulo Baldaia, desculpabiliza comportamentos incorretos, dando azo à famigerada expressão “rouba, mas faz”.
A expressão é familiar aos portugueses, mas a sua origem está na realidade do outro lado do Atlântico.
“Rouba mas faz” é uma expressão atribuída a Ademar de Barros, político brasileiro que foi governador do estado de São Paulo em duas ocasiões, de 1947 a 1951 e de 1963 a 1966.
Ademar de Barros era conhecido tanto pelas suas obras públicas como pelas recorrentes acusações de corrupção, que enfrentou ao longo da sua carreira. A frase “rouba mas faz” terá sido supostamente cunhada pelos seus apoiantes como uma forma de responder às acusações de corrupção contra o político.
Se a origem da expressão remonta a Ademar de Barros, o seu expoente máximo foi atingido com Paulo Maluf, prefeito de São Paulo durante vários mandatos na década de 1970, que levou a expressão “roubo mas faço” a uma escala diferente: chegou a ser o seu “slogan não oficial” em campanha eleitoral. Que venceu.
Nascido no Brasil, “rouba mas faz” é aparentemente um lema de campanha eficaz, que faz ganhar eleições. E foi importado para Portugal.
A autarquia de um dos mais populosos concelhos do país é hoje presidida por um político que foi condenado a 7 anos de prisão efetiva por, entre outros, crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais. Mas faz, consideraram os munícipes que o elegeram.
António Costa não comenta os casos de corrupção no governo, porque está a resolver os problemas dos portugueses — que é o que importa. Então, pergunta Paulo Baldaia, por que é que os problemas dos portugueses não são resolvidos?
António Costa ” O Populista “
Mas é disto que o Povinho Português Gosta , de serem Roubados e votam nos que os Roubam, este Povo que lhes dão uma Migalha e eles ficam todos contentes, ou seja podiam ganhar 3000€ mas ganham somente 700€ mas depois vão dando umas migalhinhas de 20€ depois mais 100€ uma ou duas vezes por ano e ai anda o Povinho todo contente porque acha que o Governo lhe deu o que já era deles
Quer dizer Costa que resolver os problemas dos portugueses pode ter como contrapartida a permissão de roubos no seio do governo. Esta agora é que está boa!
O que estão agora a entregar aos pensionistas é resultado de um roubo em janeiro. Estiveram meio ano com o dinheiro e agora é que estão a devolvê-lo. Que gatunagem de governo.
Ser presidente de câmara de certos concelhos muito grandes e populosos acarreta uma responsabilidade que não é compatível com os salários oferecidos. O mesmo se pode dizer dos salários dos ministros e secretários de estado.
Isso afugenta os gestores competentes e honestos da política, pois simplesmente não compensa.
Quem pode ganhar 20 ou 30 ou 50 mil euros por mês a gerir uma empresa e vai para a política?
Teremos talvez alguns altruistas que se dedicam à política pelo seu amor ao bem comum.
Mas a grande maioria dos políticos não são competentes ou não são honestos, ou nem uma coisa nem outra.
E depois formam-se pirâmides de incompetência por laços de confiança e lealdade, em que quem está por cima só aceita pessoas menos competentes a baixo de si, que lhe sejam leais a qualquer custo.