O “Ronaldo” de Viseu que ofereceu 10 milhões de euros para salvar a empresa têxtil Dielmar da insolvência estará acusado de burla e de falsificação, por ter “inventado empresas e prometido empregos falsos”.
O suposto empresário José Cláudio Nunes apresentou, no Tribunal do Fundão, uma proposta de compra da Dielmar por 10 milhões de euros, um valor 25 vezes superior ao da proposta de uma empresa de Leiria que é da ordem dos 400 mil euros.
O anúncio desse interesse levantou logo “sorrisos de desconfiança”, mas, agora, o Público apurou que José Cláudio Nunes estará acusado, desde Abril, dos crimes de burla e falsificação.
O homem que estará prestes a completar 30 anos será suspeito de “ter inventado empresas e prometer empregos falsos a três pessoas, em 2019″, como anuncia o jornal.
As queixas contra o alegado empresário terão sido apresentadas por três pessoas que alegam que lhes ofereceu salários de 1500 euros ilíquidos para um trabalho que seria feito “à escala internacional”.
José Cláudio Nunes terá usado o nome de uma empresa Violetriver que faria parte do Lazarus Group, mas, afinal, estas sociedades não existem, como apurou o Público.
Além disso, o suposto empresário será suspeito em “outros negócios que nunca chegaram a ser concretizados“, nomeadamente “patrocínios para eventos culturais” e “contratos de compra e venda para a aquisição de imóveis e estabelecimentos de diversão nocturna”.
“Vive com a avó e conduz um Twingo vermelho”
O Público tentou contactar José Cláudio Nunes, sem sucesso, mas conseguiu apurar, junto de uma fonte não identificada, que “vive com a avó e conduz um Twingo vermelho”.
O jornal falou com a avó de José Cláudio Nunes que terá garantido que o neto não é empresário.
Na última Assembleia de Credores da Dielmar, José Cláudio Nunes apresentou-se como um empresário do “sector tecnológico” e falou durante cerca de uma hora, como avança o Público, notando que garantiu que “constituiria uma nova empresa para comprar a Dielmar”, prometendo pagar 2 milhões de euros de imediato, para os salários de Outubro, e mais 8 milhões de euros depois.
José Cláudio Nunes terá ainda garantido que os 10 milhões de euros estariam depositados “num banco em Portugal”.
Mas, afinal, pode ser tudo uma grande ilusão. A única esperança dos trabalhadores da Dielmar será a empresa de Leiria Outfit 21 que ofereceu 410 mil euros para salvar a empresa, com a ajuda de um empréstimo bancário.
Este deve quer ser mais um Berardo…
O Twingo é um carro porreiro.
Mais um chalupa
vítima da pandemia…