/

Estado meteu mais 320 mil euros na Dielmar desde a insolvência

Pedro Reis Martins / Lusa

Concentração de trabalhadores da Dielmar

Desde o pedido de insolvência da Dielmar, em agosto, o Estado meteu mais de 300 mil euros na empresa de vestuário. Credores reúnem-se esta quarta-feira.

A 2 de agosto, na sequência da insolvência da Dielmar, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmara que “não vale a pena meter dinheiro bom, dinheiro fresco, em cima de uma empresa que, neste momento, não tem salvação”.

Porém, segundo avança o jornal Público esta quarta-feira, desde então, a empresa de vestuário localizada em Alcains, no concelho de Castelo Branco, já recebeu mais 320 mil euros do Estado.

De acordo com o matutino, deste valor, cerca de 140 mil euros vieram da Segurança Social, a título do Apoio à Retoma, para cobrir 75% dos salários de agosto e setembro, e 171 mil euros, por empréstimo do Banco de Fomento, serviram para os restantes 25% de salários (cerca de 25 mil euros por mês) e contribuições sociais (cerca de 60 mil euros por mês).

Os credores reúnem-se hoje, no Juízo de Comércio do Fundão, para decidir se liquidam a empresa, o que implica o despedimento de mais 242 pessoas, ou se dão mais tempo para se procurar um novo investidor.

Ainda segundo o Público, um dos dois interessados na empresa, constituído por um consórcio de empresas do têxtil e confeção, já se retirou.

Esta terça-feira, o Jornal de Notícias adiantou que o administrador de insolvência pediu ao tribunal para adiar a assembleia de credores por 15 dias porque há mais duas propostas de interesse.

“O adiamento possibilitaria existir não duas mas quatro ou mais propostas mais consistentes”, disse ao jornal João Gonçalves, o administrador do processo, confirmando também a desistência do consórcio.

Fundada por quatro alfaiates da vila de Alcains, em 1966, a Dielmar apostava na alfaiataria masculina e chegou a ser conhecida como a “Hugo Boss portuguesa”. Ao fim de 56 anos de atividade, a empresa, que tinha cerca de 300 trabalhadores, anunciou o pedido de insolvência, numa decisão que a administração atribuiu aos efeitos da pandemia.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.