Shimon é um robô que canta, dança, escreve letras e até compõe melodias. Agora, vai fazer uma digressão para promover o seu novo álbum – tal como outro músico qualquer.
O novo álbum de Shimon terá entre oito a dez músicas que Shimon escreveu com o seu criador, Gil Weinberg, professor da Escola de Música e diretor fundador do Center for Music Technology no Georgia Institute of Technology, onde lidera o grupo de música robótica. O álbum de Shimon será lançado no Spotify ainda esta primavera.
“Shimon renasceu como cantor e compositor”, disse Weinberg, em comunicado. “Agora colaboramos entre humanos e robôs para fazer músicas juntos.”
Para criar músicas, Weinberg começará com um tema e Shimon escreverá letras em torno do tema. Weinberg reúne-os e compõe melodias para ajustá-los. Shimon também consegue criar algumas melodias para Weinberg usar enquanto monta uma música. Depois, com uma banda de músicos humanos, Shimon toca as músicas e canta.
Se o tema for “tempestade”, o bot irá gerar um lote de palavras associadas, como “chuva”, e depois juntará essas palavras para construir uma letra. Shimon também pode decidir que palavras são mais relevantes e gerar mais letras com base nisso.
“Eu sempre quis escrever músicas, mas não consigo escrever letras”, disse Weinberg. “Esta é a primeira vez que realmente escrevi uma música, porque tinha inspiração: tinha Shimon a escrever letras para mim.”
Weinberg e os seus alunos treinaram Shimon com conjuntos de dados de 50 mil letras de jazz, pop rock e hip-hop. Shimon usa a tecnologia de aprendizagem profunda, uma classe de algoritmos de aprendizagem, para criar as suas próprias palavras.
“A forma como o significado semântico se move pelas letras é diferente. Além disso, rima e ritmo são obviamente super importantes para as letras, mas isso não está presente noutros geradores de texto. Portanto, usamos a aprendizagem profunda para criar letras, mas também é combinado com o conhecimento semântico”, explucou Richard Savery, um estudante de doutorado que trabalha com Shimon.
Quando Shimon canta músicas, canta mesmo com uma voz única criada por colaboradores da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, que desenvolveram a voz e treinaram-na em centenas de músicas.
Juntamente com as suas novas habilidades, Shimon também possui um novo hardware que muda a forma como toca e se move no palco. O robô está parado, mas tem uma boca, novas sobrancelhas e novos movimentos da cabeça projetados para ajudar a transmitir emoções e interagir com os colegas de banda. Também tem novas “mãos”, que mudaram totalmente a forma como toca marimba – semelhante ao xilofone.
Shimon consegue contar no início das músicas para dar o sinal de entrada à banda e, às vezes, agita os seus martelos ao ritmo da música.
Porém, este robô não vem roubar o lugar aos humanos. Ensinar novas habilidades a Shimon não é mesmo coisa que substituir músicos. A parceria com as pessoas é fundamental para Weinberg.
“Vamos precisar de músicos e haverá mais músicos capazes de fazer mais e novas músicas, porque os robôs os ajudarão, gerarão ideias, ajudarão a ampliar a forma como pensam sobre música e tocam música”, disse Weinberg.
Shimon, Weinberg e toda a banda estão a criar uma digressão com o objetivo de levar a sua mistura única de músicas criadas por robôs e humanos a mais pessoas. Weinberg afirmou que espera que esses programas sejam mais do que inovação. “Acho que alcançamos um nível em que espero que o público apenas aprecie a música pelo bem da música”.
“Esta é uma música que os humanos, por si mesmos, não teriam escrito. Quero que o público pense: Há algo único nesta música e quero voltar a ouvi-la, mesmo que não olhe para o robô”.