Robert F. Kennedy Jr, sobrinho do antigo Presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, fez uma comparação polémica entre a vacinação obrigatória contra a covid-19 e o regime da Alemanha Nazi, durante um comício no fim de semana.
Durante um comício em Washington, realizado no domingo e organizado pela sua associação sem fins lucrativos anti-vacinas, a Children’s Health Defense, Robert F. Kennedy Jr comparou a vacinação obrigatória que foi decretada em partes do país com a Alemanha Nazi.
“Até na Alemanha de Hitler, as pessoas podiam fugir para a Suíça, pelos Alpes, ou podiam esconder-se num sótão, como fez Anne Frank“, disse o sobrinho do antigo Presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, num discurso no Lincoln Memorial.
“Eu visitei a Alemanha Oriental, em 1962, com o meu pai e conheci pessoas que tinham subido o Muro e tinham conseguido escapar – era possível escapar. Muitos morreram, é verdade, mas era possível…”, acrescentou.
Kennedy Jr referia-se à adolescente judia que se escondeu num sótão, acabando por ser apanhada e enviada para um campo de concentração, onde viria mais tarde a morrer.
As referências ao Holocausto foram consideradas como ofensivas e historicamente ignorantes, e as redes sociais incendiaram-se.
Na terça-feira, Robert F. Kennedy Jr pediu desculpa.
“Peço desculpas pela minha referência a Anne Frank, especialmente às famílias que sofreram os horrores do Holocausto”, escreveu Kennedy, no Twitter.
“A minha intenção era utilizar exemplos de barbáries do passado para mostrar os perigos das novas tecnologias de controlo. Como as minhas observações causaram mágoa, estou verdadeiramente e profundamente arrependido“, completou.
I apologize for my reference to Anne Frank, especially to families that suffered the Holocaust horrors. My intention was to use examples of past barbarism to show the perils from new technologies of control. To the extent my remarks caused hurt, I am truly and deeply sorry.
— Robert F. Kennedy Jr (@RobertKennedyJr) January 25, 2022
A atriz Cheryl Hines, mulher de Robert F. Kennedy Jr., também se pronunciou, considerando a referência a Anne Frank como “repreensível e insensível“.
“As atrocidades que milhões sofreram durante o Holocausto nunca devem ser comparadas a nada ou ninguém. As suas opiniões não são um reflexo das minhas”, escreveu, na mesma rede social, a atriz de Curb Your Enthusiasm da HBO.
My husband’s reference to Anne Frank at a mandate rally in D.C. was reprehensible and insensitive. The atrocities that millions endured during the Holocaust should never be compared to anyone or anything. His opinions are not a reflection of my own.
— Cheryl Hines (@CherylHines) January 25, 2022
Esta é a segunda vez que Robert F. Kennedy Jr., de 68 anos, pede desculpa, depois de, em 2015, ter usado a palavra “holocausto” para se referir a crianças que acreditava terem sido afetadas por vacinas.
Coronavírus / Covid-19
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