Frase de Pacheco Pereira. Alexandra Leitão: “Sempre que nós tivemos homens que chegaram para pôr ordem na casa, o que veio a seguir não foi bom”.
Os eventuais candidatos à presidência da República estão a passar a ser oficiais: André Ventura vai avançar, Marques Mendes também, Mariana Leitão também estará no boletim de voto das eleições presidenciais em 2026.
No entanto, nenhum chegará aos “calcanhares” do ainda eventual candidato Gouveia e Melo, avisa Pacheco Pereira.
Na TSF, Pacheco Pereira diz que vê no almirante uma proposta central: a “ideia de pôr o país e os políticos na ordem“. Essa será a sua “força”, mas uma “força péssima” para a política em Portugal.
“A maioria dos candidatos que andam aí a movimentar-se nos vários partidos não chega nem de perto, nem de longe, a ser um obstáculo a estas ideias e a este processo”, analisou o ex-deputado.
Pacheco Pereira acha que Leonor Beleza – que está fora da corrida – seria uma rival à altura de Gouveia e Melo.
De resto, “diante deste homem, diante das ideias que ele traz, diante do impulso populista que existe nos dias hoje, as ideias dos outros não valem nada. Temos de ser claros: não valem nada. A maioria dos candidatos é muito medíocre. Eu sei que é cruel dizer isto”.
E, para “irritar muita gente”, na semana passada Pacheco Pereira reparou que há uma protocandidata “que poderia contestar e defrontar” Gouveia e Melo: seria Cristina Ferreira.
Esta sugestão surge depois de uma entrevista da própria apresentadora à CNN, na qual disse que, se fosse candidata à presidência da República, era a única capaz de defrontar o almirante. E comentou que está “muito longe de excluir” essa possibilidade.
“Vai ser um espectáculo patético se as coisas não mudarem até lá”, considerou o historiador.
Pacheco Pereira acha que PS e PSD “deviam olhar para o conjunto da sociedade. Ao fecharem agora, abrem o caminho ao senhor almirante. Arriscam-se à circunstância de ter à segunda volta um cenário parecido com o que houve em França: ter o almirante e o Ventura, do Chega, a passar à segunda volta. E, então, aí vão todos votar no almirante”.
PS
No mesmo programa, Alexandra Leitão espera que António José Seguro e António Vitorino não criem nova divisão no PS em presidenciais, tal como já aconteceu.
A líder parlamentar dos socialistas acha que dividir o espectro político “seria obviamente muito mau”.
“O Partido Socialista tem de ter um candidato que desejavelmente abra a sua área política, capitalize e galvanize os votos” – mas não indicou quem prefere ver na corrida a Belém: “Genuinamente tenho dificuldade em escolher”.
Voltando ao assunto Gouveia e Melo, Alexandra Leitão avisou: “Sempre que nós tivemos homens que chegaram para pôr ordem na casa, o que veio a seguir não foi bom”.