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Rui Rio faz contas à vida e autárquicas são a derradeira prova de fogo

PSD / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio

Rui Rio quer mais mandatos, mais vereadores, mais Juntas de Freguesia e mais Câmaras. No entanto, a sua permanência na liderança do PSD pode depender das capitais de distrito.

As autárquicas aproximam-se e a situação de Rui Rio no PSD provavelmente nunca esteve tão fragilizada quanto agora. As expectativas têm vindo a aumentar gradualmente conforme o líder social-democrata vai prometendo melhores resultados do que nas últimas eleições.

Do outro lado do espectro, Rui Rio admite que um mau resultado nas eleições autárquicas pode abrir a porta a uma mudança na liderança do PSD. “Posso ter condições para continuar ou não”, disse Rio, esta quinta-feira.

O presidente do PSD considera que as próximas eleições autárquicas são “muito importantes” para o país e para o PSD e promete tirar consequências do resultado obtido pelos sociais-democratas no próximo ato eleitoral.

“Em qualquer eleição, o responsável máximo está sempre em equação, como é evidente. Portanto, estas eleições autárquicas de 2021 não fogem à regra. É evidente que depois, no fim, tiram-se as responsabilidades políticas pelos resultados. E o primeiro responsável é o presidente do partido”, dizia Rui Rio, em 6 de maio.

Mais tarde, em 14 de maio, reiterou a ideia da importância do ato eleitoral, mas alertou para a necessidade de “virar e começar a ganhar forte”.

Desde 2009 que o PSD está em queda nas autárquicas e Rio pretende mudar o rumo das coisas. Mais mandatos, mais vereadores, mais Juntas de Freguesia, mais Câmaras. Mas há um fator decisivo, escreve o Expresso: as capitais de distrito.

Além de não perder a Guarda, os objetivos passam por recuperar Lisboa, Porto, Coimbra, Leiria, Castelo Branco e Viana do Castelo.

“Sem contar com estas, não há nada de relevante para ganhar: ganhar Câmaras pequenas é suficiente?”, questiona um líder distrital sob anonimato.

Rio já confessou que sabe que as Câmaras não valem todas o mesmo e que, por isso, este fator pode ter um peso decisivo na sua continuidade.

“Lisboa é uma meta que o partido deve ambicionar alcançar”, diz o líder da distrital de Braga, Paulo Cunha. O presidente da Câmara de Famalicão salienta ainda que no dia seguinte às autárquicas vai ser preciso perceber se as bases estão com ele.

O PSD também espera triunfar em Coimbra, principalmente depois de toda a polémica interna que gerou. Rio agiu contra a vontade local e impôs o nome do ex-bastonário da Ordem dos Médicos José Manuel Silva.

Em entrevista à RTP, Marcelo Rebelo de Sousa realçou que a direita precisa de 44%/45% de votos para voltar ao poder. É com este número em mente que Rio tem de fazer contas. O Chega pode ter um papel crucial aqui.

Se o partido de André Ventura tiver os 8% que promete, basta ao PSD subir de 28% para 32%, e juntar as restantes fatias de CDS e IL.

Daniel Costa, ZAP //

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