Rui Rio e Paulo Rangel já arrancaram para a campanha interna, cientes de que os trunfos terão de ser os que melhor os posicionem aos olhos dos militantes como candidatos a primeiro-ministro.
Não é apenas a liderança do PSD que está em jogo. O candidato eleito será também candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas, a 30 de janeiro.
Rui Rio e Paulo Rangel estão cientes da responsabilidade e partiram para a campanha interna com objetivos bem delineados. Mas não são os únicos: “Há uma perceção muito clara da diferença que é eleger um candidato a liderar a oposição e do que é eleger um candidato a primeiro-ministro”, confessou um dirigente social-democrata ao Diário de Notícias.
Do lado do atual líder do partido, que ainda não arrancou para a estrada, há quem defenda que tem a vantagem de ter andado mês e meio em campanha a propósito das eleições autárquicas.
Os apoiantes de Rio argumentam também que o presidente do PSD tem o “conhecimento dos dossiês” e propostas concretas para fazer ao partido e ao país, com grande ênfase para a parte económica e os grandes temas como a TAP ou o Novo Banco.
“É provável que nos debates entre Rui Rio e Paulo Rangel isso se venha a perceber, que o presidente do partido tem um conhecimento mais sólido sobre os problemas do país”, acrescenta a fonte.
O terceiro trunfo prende-se com o resultado das autárquicas e a melhoria de votação do partido, que permitiu recuperar Câmaras como a de Lisboa, Coimbra e Portalegre.
Ao contrário de Rui Rio, Paulo Rangel está mais ativo: Depois de apresentar a candidatura em Lisboa, esteve na Bolsa do Porto, rumou a Évora e a Sernancelhe, em Viseu, e esteve esta segunda-feira na Madeira. Na próxima quinta-feira estará em Coimbra e no sábado em Portalegre.
“São ações com militantes, mas a agenda será toda virada também para o problema do país“, garantiu, em declarações ao DN, fonte da sua candidatura.
O diário sinaliza ainda que o candidato social-democrata está a adequar o discurso aos locais escolhidos para a campanha. Na visita à região autónoma, por exemplo, Rangel defendeu que a Lei das Finanças Regionais devia ser “mais flexível” e contemplar “um pouco mais de espaço de respiração fiscal para as autonomias” – um discurso que os madeirenses gostaram de ouvir.
No sábado, durante o Conselho Nacional do PSD, em Aveiro, foi aprovada nova data para as eleições diretas do partido. Os militantes vão poder votar nas estruturas locais do partido, nas concelhias, a 27 de novembro.
Já o Congresso está marcado para os dias 17, 18 e 19 de dezembro.