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Rio duvida da eficácia das novas medidas implementadas pelo Governo

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João Relvas / Lusa

O presidente do PSD, Rui Rio, disse duvidar da “eficácia” das medidas implementadas para combater a pandemia da covid-19.

“Não quero fazer uma oposição declarada a algo que é muito difícil, mas tenho alguma dificuldade em entender a eficácia”, afirmou esta segunda-feira Rui Rio.

À margem de uma reunião com a Confederação Empresarial de Portugal – CIP, Rui Rio disse não entender a eficácia de algumas medidas, em particular, as que restringem a circulação e impõem o recolher obrigatório nos 121 concelhos.

“O facto de não se poder estar nas ruas entre as 23:00 e as 05:00 claro que trava a passagem da pandemia, mas é entre as 23:00 e as 05:00 que na rua se passa a pandemia? Não será tanto assim”, questionou o social-democrata.

Rui Rio questionou ainda a eficácia da medida de recolher obrigatório entre as 13:00 e 05:00 aos fins de semana, considerando que a mesma, em particular aos sábados, poderá ter “o efeito contrário aquilo que se pretende”.

“Ao sábado, tenho receio que isso possa ser até um pouco pior porque pode concentrar no sábado de manhã as compras semanais que as famílias normalmente fazem”, referiu, dizendo, no entanto, querer “manter o sentido de estado”.

“Quero manter o sentido de estado, mas duvido um pouco da eficácia das medidas, da maneira como estão desenhadas”, salientou.

Quanto à questão das compras, o Governo esclareceu entretanto que estas se inserem nas exceções do recolher obrigatório, isto é, população está também autorizada a deslocações a mercearias e supermercados e outros estabelecimentos de venda de produtos alimentares e de higiene, para pessoas e animais.

A propósito da reunião com a CIP e de outra que teve com o setor da restauração, Rio considerou que as medidas de combate à pandemia têm de encontrar “uma situação de equilíbrio”. “Por um lado, queremos que os restaurantes abram para poder vender, faturar, para as pessoas terem emprego e, por outro lado, queremos que os restaurantes fechem para as pessoas não se encontrarem e não passarem o vírus uns aos outros. Isto é uma equação praticamente sem solução agradável”, sublinhou.

Aos jornalistas, Rui Rio avançou que dentro de dois dias terá uma reunião para rever as propostas que o partido vai apresentar de apoio às empresas para o Orçamento de Estado de 2021 e que as mesmas “estão dentro daquilo que é a linha que a CIP defende e o setor da restauração”.

Portugal em estado de emergência

Portugal entrou esta segunda-feira em estado de emergência, desde as 00:00 até 23 de novembro, para combater a pandemia de covid-19, impondo entre outras medidas o recolher obrigatório noturno em 121 concelhos com mais casos de infeção.

Esta medida de proibição de circulação na via pública entre as 23:00 e as 05:00 em dias de semana e, nos próximos dois fins de semana, a partir das 13:00 é aplicada nos 121 concelhos considerados de risco elevado de transmissão da covid-19.

Entre estes municípios, que abrangem 70% da população residente, incluem-se todos os concelhos das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.

A medida foi aprovada em Conselho de Ministros extraordinário realizado no sábado à noite e prevê exceções como deslocações para o trabalho, regresso ao domicílio, situações de emergência, passeio higiénico na proximidade da habitação ou passeio de animais.

Na semana passada, o Governo já tinha aprovado outras medidas para conter a pandemia no continente como grupos em restaurantes limitados a seis pessoas, salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.255.803 mortos em mais de 50,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência AFP.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Senhor Rui Rio uma oposição apresenta também propostas que o povo acredite na sua eficácia, não é oposição só porque sim, os eleitores quando votam votam não porque querem uma oposição só porque sim mas para que a oposição faça propostas, só criticar sem apresentar alternativa é ser mais papista que o papa, di ao povo o que fazia diferente e como só assim pode aumentar a sua credibilidade, ou não lhe convém apresentar alternativas credíveis com receio que os eleitores não gostem? Ou está com receio de não chegar ao poleiro?

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