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Rio contra descida do passe social a menos que seja para todo o país

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Hugo Delgado / Lusa

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio

Rui Rio afirmou neste domingo que o PSD é contra a proposta do Governo para a redução dos passes sociais em Lisboa e no Porto. Para o presidente do partido, a proposta só é justa se for aplicada a todo o país e só assim é que terá uma posição favorável por parte dos sociais-democratas. 

“Ou isto é aplicado ao país todo, ou então não. Ou seja, a nossa proposta diz ‘sim’, mas ao país todo. Enquanto não for ao país todo, ‘não’. Porque não é justo. Nós temos de ser coerentes. (…) Se nós não queremos deixar o interior esquecido, como é que nós, em coerência, podemos tomar uma medida destas?”, questionou, na Guarda.

Segundo o presidente do PSD, “as pessoas fora da Área Metropolitana do Porto e Lisboa continuam a pagar penosamente e com mau serviço, muitas vezes, os seus transportes para irem trabalhar e quem está nos grandes centros urbanos, tem a vida facilitada?”.

“Eu sou a favor da facilitação da vida nos grandes centros urbanos, mas ao mesmo tempo de todos os demais”, rematou, acrescentando que o Governo aponta que “vai ser depois para todos”, mas, em sua opinião, “quando for, é para todos”.

Rio, que falava na sessão de encerramento da V Academia do Poder Local dos Autarcas Social-Democratas (ASD), afirmou que as propostas de alteração do partido ao Orçamento do Estado (OE) para 2019, que são mais de 100, incluem medidas de equilíbrio orçamental e de “redução da despesa”.

“Há lá propostas que visam uma redução da despesa que é suficiente para cobrir aquilo que são as propostas que visam um aumento de despesa, para não degradarmos as contas públicas, porque isso é absolutamente vital, à exceção de uma proposta, que é a proposta do ISP, do imposto sobre a gasolina e sobre o gasóleo, porque aí, a promessa é do Governo”, disse Rui Rio.

Segundo o líder nacional do PSD “em 2016 o Governo disse que baixaria o imposto [sobre a gasolina e o gasóleo] assim que o preço do petróleo subisse”.

“Essa é uma promessa do Governo, são eles que têm de saber onde há a contrapartida, e, por isso, nós estamos à vontade para fazer a proposta de pôr outra vez o ISP no mesmo patamar em que estava em fevereiro de 2016″, justificou. Acrescentou que, “tirando isso, tudo tem, naturalmente, uma contrapartida, na lógica do equilíbrio das propostas todas que globalmente fazemos”.

No seu discurso, Rui Rio destacou uma proposta “absolutamente emblemática” que tem a ver com a denominada taxa de proteção civil. “Temos a maior carga fiscal de sempre. Ainda assim, o Governo vai querer criar um novo imposto a que chama taxa de proteção civil”, observou.

Rui Rio disse que o PSD tem uma proposta de retirada desse artigo que cria a taxa de proteção civil porque, “basta” e “há um momento em que é preciso parar”. Lembrou também que no sábado ficou a saber-se que foi criado um imposto adicional ao IMI e que haverá um adicional ao adicional do IMI, “que não irá para as autarquias”.

“Ainda hoje eu estou para perceber como é que é possível, num imposto que é municipal, o adicional a esse imposto e agora o adicional ao adicional não ir para as autarquias, mas ir para outros destinos que não as autarquias. Não percebo bem, inclusive a legalidade desse adicional”, declarou.

Rio também reafirmou na sua intervenção que o OE tem “pequenas, médias e grandes mentiras” que já esclareceu.

No encerramento da Academia do Poder Local dos ASD, o seu presidente, Álvaro Amaro, disse que o país vive “um equívoco político” e lembrou que no sábado passaram três anos após António Costa ter sido indigitado primeiro-ministro.

“Eu diria que, se houvesse justiça, quem devia ir a julgamento eleitoral foi quem há três anos não foi, porque há três anos não foi a julgamento eleitoral esta ‘geringonça’. Então que vá agora. Mas não”, disse no seu discurso. Segundo Álvaro Amaro, o país também “assiste a um OE [que] não é apenas mentira, é batota, como já foi dito”.

ZAP // Lusa

8 Comments

  1. Acho bem. Não pode haver portugueses de 1.ª (porto e lisboa) e portugueses de 2.ª (resto do pais).
    Seria ótimo é que o resto do pais fosse servido por transportes coletivos adequados às necessidades das populações mas na prática isso não acontece…
    A titulo de exemplo no Município de Braga uma viagem de carro de 30 minutos chega a demorar 2 horas de autocarro porque é preciso mudar 2 ou 3 vezes de autocarro…

    • As benesses tem de ser para todos, pois são tão portugueses quantos os outros.
      Para pagar mais impostos e mais taxas, e mais taxas, pagam todos.
      Dr. Rui Rio, bater o pé.

  2. Mesmo tal medida abrangendo todo o país a maioria do território ficará praticamente na mesma uma vez que os transportes públicos são escassos e no geral a grande maioria da população é obrigada a recorrer ao seu transporte particular, se optam apenas por beneficiar Porto e Lisboa que façam pagar nessas duas zonas metropolitanas os custos das mesmas e não castigar quem nada tem a ver com o assunto e que já de si sofre o castigo do isolamento, isto será contribuir ainda mais para a desertificação.

  3. Não sei se será beneficiar Lisboa e Porto e no fundo quem serão os portugueses de 1.ª e portugueses de 2.ª (porto e lisboa ou resto do pais), pois concordo que os preços de transportes públicos devam baixar para todos e as condiçoes dos mesmos melhorarem, mas também as regalias existentes no interior deveriam ser aplicadas em Lisboa e Porto. Por exemplo, aqui meus filhos para irem para a escola tenho de pagar passe, em muitas zonas do interior o transporte da camara vai buscar os alunos á porta de casa e leva até á escola a custo 0, e o mesmo por exemplo com os reformados, em Lisboa se querem ir para a piscina da camara, tem de pagar transporte para o fazer, em muitas zonas do interior o transporte da camara vai buscar os reformados á porta de casa e leva até á piscina a custo 0, isto são alguns exemplos. Não sou contra essa situação, pelo contrário acho muito bem, mas também deveria ser aplicado em todo o país.

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