Surpresa em Vila do Conde, numa fase decisiva da temporada na Liga. O FC Porto visitou o Rio Ave, esteve a ganhar por 2-0, mas deixou-se empatar na recta final, perdendo dois pontos potencialmente importantes na luta pelo título.
Os “dragões” foram melhores na primeira parte, controlaram grande parte da segunda, mas após a saída de Yacine Brahimi a equipa perdeu fulgor e deixou-se encostar à sua defesa, com os homens da casa a dominaram estatisticamente na etapa complementar, em posse de bola, remates e eficácia.
O Jogo explicado em Números
- Jogo de início dividido, com o Porto a registar 58% de posse de bola no primeiro quarto-de-hora, mas o Rio Ave, bem nas transições, a somar o único remate, embora desenquadrado. Só que, aos 18 minutos, os “dragões” marcaram. Cruzamento de Otávio da direita e Yacine Brahimi a marcar de cabeça, uma forma pouco habitual de o argelino fazer funcionar o marcador. Primeiro remate do Porto, primeiro golo.
- Essa tremenda eficácia teve novo capítulo aos 22 minutos. Alívio deficiente de Rúben Semedo, a bola chegou aos pés de Moussa Marega no coração da grande área e o maliano rematou de primeira, forte. A bola desviou em Junio Rocha e chegou ao fundo da baliza, para o 2-0.
- O Rio Ave sentiu os golos e praticamente deixou de criar perigo, sendo as suas investidas facilmente anuladas pela defesa portista. À meia-hora de jogo, já os “dragões” tinham 60% de posse, três remates, dois enquadrados. Os vila-condenses não passavam do seu único, conseguido aos seis minutos, por Bruno Moreira.
- Éder Militão era, nesta altura do jogo, um elemento fundamental no anular do futebol anfitrião. O brasileiro, a actuar a lateral-direito, registava um rating de 6.5, com um registo de dois dribles eficazes, quatro duelos aéreos defensivos ganhos em quatro e três desarmes.
- Vantagem confortável do Porto na primeira parte, fruto de uma grande eficácia nos primeiros ataques verdadeiramente perigosos, que lhe valeu dois golos nos primeiros dois remates.
- O Rio Ave encetou alguns lances perigosos, em especial por Gabrielzinho no flanco esquerdo, mas Éder Militão foi dando conta do recado.
- Ao invés, os portistas encontravam muitos espaços nas transições, aproveitando o balanceamento contrário, e fizeram dois golos, enquadrando quatro de cinco remates. O melhor nesta fase era Yacine Brahimi, com um GoalPoint Rating de 7.5, com um golo em três remates (dois enquadrados) e um passe para finalização.
- Logo no reatamento, aos 49 minutos, Bruno Moreira desperdiçou uma ocasião flagrante de golo, ao cabecear para fora quando tinha tudo para facturar. Os homens da casa encetavam uma reacção tímida, que lhes permitia registar 48% de posse de bola na segunda parte, à passagem da hora de jogo, bem como o único remate enquadrado desta fase. E até tinham melhor eficácia de passe que o Porto, com 81%, contra 73%.
- As duas equipas mostravam poucas ideias para entrarem nas grandes áreas contrárias. Por volta dos 70 minutos, o Rio Ave registava somente duas acções com bola na área portista e os “dragões” três na dos vila-condenses. Curioso o facto de, nesta altura, os “azuis-e-brancos” registarem 60% dos ataques na segunda parte pelo flanco direito, de Otávio e Militão.
- Aos 73 minutos, Filipe Augusto arrancou um grande pontapé, que embateu com estrondo na barra da baliza portista. O médio brasileiro era, nesta fase, o melhor dos homens da casa, com este remate ao ferro, 86% de posse de bola, oito recuperações de posse e seis desarmes, máximo do jogo a par de Otávio.
- A insistência do Rio Ave acabou por dar os seus frutos aos 84 minutos. Nuno Santos isolou-se e, perante Iker Casillas, teve a calma suficiente para facturar. Um golo ao terceiro remate enquadrado dos homens da casa na segunda parte, em seis tentativas. Mas os homens da casa não se ficaram por aqui.
- O Rio Ave manteve a pressão e, em cima dos 90 minutos, o recém-entrado Ronan fez o empate, num remate à meia-volta que ainda sofreu um desvio que fez a bola passar por cima de Casillas. A superioridade dos anfitriões na etapa complementar acabava por ganhar expressão com dois golos, o segundo tento a surgir ao quarto remate enquadrado em sete tentativas.
- Até final, destaque apenas para o segundo cartão amarelo, e consequente vermelho, exibido a Nikola Jambor.
O Homem do Jogo
O jogo foi ingrato para os “dragões”, que desperdiçaram uma vantagem confortável e consentiram o empate.
Mas até aos 73 minutos, altura em que os portistas ainda mantinham o controlo dos acontecimentos e Yacine Brahimi foi substituído, o argelino já havia feito o suficiente para ser o melhor em campo – embora acompanhado de perto por Éder Militão -, registando um GoalPoint Rating de 7.4.
O extremo fez um golo em quatro remates (dois enquadrados), criou uma ocasião flagrante de golo e registou 81% de eficácia de passe. Estranhamente, tentou apenas uma vez o drible, sem sucesso.
Jogadores em foco
- Éder Militão 7.3 – Grande jogo do brasileiro, que dominou por completo o seu flanco e obrigou os homens da casa a trocar o foco dos seus ataques do lado esquerdo para o direito após o intervalo. O lateral completou as suas duas tentativas de drible, ganhou os seis duelos aéreos defensivos em que participou, bem como os três ofensivos, e somou 11 acções defensivas, entre elas quatro desarmes e cinco intercepções.
- Nuno Santos 6.6 – O melhor do Rio Ave foi o extremo português, autor do primeiro golo da equipa da casa. Nuno Santos enquadrou os seus dois remates, fez dois passes para finalização e falhou apenas quatro passes, sendo que teve sucesso nos cinco longos que tentou.
- Filipe Augusto 6.2 – Jogo seguro do médio ex-Benfica. Para além do forte remates que fez à barra da baliza de Casillas, acertou 85% dos passes que realizou e fixou o número máximo de desarmes do jogo (a par do portista Otávio), seis.
- Pepe 5.9 – O experiente central esteve bem ao longo de quase todo o jogo, embora desta feita, ao contrário de anteriores ocasiões, não tenha dado nas vistas em termos ofensivos. Na retaguarda ganhou cinco de sete duelos aéreos defensivos, somou seis alívios e teve sucesso em sete de 11 passes longos.
- Otávio 5.8 – O brasileiro esteve bem, em especial na primeira parte, desaparecendo um pouco na segunda. No seu melhor período fez a assistência para o 1-0, no único passe para finalização que realizou, ganhou dois de três duelos aéreos ofensivos e registou sete recuperações e os tais seis desarmes.
Resumo
// GoalPoint
Curioso, neste jornal os desaires do fêquêpê passam sempre como notícias de ‘segunda’ em rodapé e nunca atraem comentários…..
Neste caso, ainda nada está decidido, os “outros” ainda podem ser piores….