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Rio espera que as autárquicas sirvam como “aviso” ao PS

ppdpsd / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio

O presidente do PSD pediu que as próximas autárquicas sirvam como um “aviso” ao PS, que acusou de governar com “facilitismo e irresponsabilidade” e prometer “tudo e mais alguma coisa”.

Na intervenção de encerramento do Fórum Nacional Autárquico do PSD, que decorreu na tarde de sábado em Faro, a poucas dezenas de quilómetros do Congresso do PS, Rui Rio admitiu que, se a avaliação principal dos eleitores for dos candidatos autárquicos e das suas ideias, haverá também “uma avaliação da governação nacional”.

“Eu estou confiante não só que vamos eleger muito mais autarcas do que temos neste momento, como também que vamos conseguir que, através das autárquicas, o país demonstre a este Governo que não está contente com tudo isto que tem acontecido”, afirmou.

Na sua intervenção, de menos de meia hora, o líder do PSD apontou vários exemplos do que classificou como o “facilitismo e irresponsabilidade” da governação socialista, como apoios insuficientes às empresas ou a redução do desemprego através do aumento de funcionários públicos sem estudar as necessidades do Estado.

Vemos o Governo a cometer erros e desleixos que merecem – não tenho termo, ia dizer cartão amarelo – um aviso, que o povo tem de mostrar que não está contente”, apelou.

Rio aproveitou ainda para responder às críticas deixadas por António Costa no Congresso do PS. “O primeiro-ministro anuncia umas coisas atrás das outras, e a seguir vem-nos dizer que só sabemos resolver as coisas com austeridade (…) Não há situação de equilíbrio em que se pode prometer umas coisas e outras não, ou se faz como o PS e se promete tudo e mais alguém coisa ou quem não o faz está em austeridade. Acho que os portugueses já perceberam isso”, criticou.

Em causa, concretizou, estão anúncios de uma possível redução do IRS, de mais apoio sociais e de “habitação social para todos”, questionando como haverá dinheiro para tudo.

O líder do PSD reiterou ainda as suas críticas a Costa por dizer que não conhece ideias ou propostas dos sociais-democratas, lamentando que o primeiro-ministro não tenha lido os documentos do partido em matérias como justiça, educação, reforma do sistema eleitoral ou revisão constitucional.

“Acho que o primeiro-ministro foi sincero quando disse que só levava livros de ficção para as férias. Pela forma como fala do país, percebemos que gosta de ler livros de ficção e que não leu o que devia ter lido”, ironizou.

O líder do PSD defendeu que, depois da crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19, “o mais importante para o país é recuperar a economia”.

“Isso significa acima de tudo apoiar as empresas, o PS achará que é acima de tudo gastar dinheiro público”, lamentou, dizendo que os apoios são insuficientes sobretudo para as pequenas e médias empresas.

Rio salientou que “não falta dinheiro para a TAP”, lamentando que Costa tenha afirmado que o Governo está disponível para injetar mais recursos públicos na transportadora aérea nacional, nem para o Novo Banco ou para “libertar” a EDP de pagar impostos.

“Cá está o contribuinte português a pagar, é assim que o Governo socialista gere o dinheiro público: com facilitismo e irresponsabilidade”, acusou.

Rio voltou a congratular-se com o recente veto do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a alterações ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL).

“O sr. Presidente da República evitou uma medida que, ao facilitismo e irresponsabilidade, somava clientelismo“, disse, acusando PS e PCP de se juntarem no Parlamento para “salvar” a possibilidade de autarcas dos seus partidos perderem o mandato.

O presidente do PSD desafiou ainda o primeiro-ministro a esclarecer se o Governo vai insistir na nomeação de Vítor Fernandes para o Banco de Fomento, que está suspensa desde julho, ou se vai escolher “gente capaz”.

“O que foi fazer o Governo do PS, foi escolher alguém que tenha um trajeto profissional de êxito e de capacidade? Não, parece de propósito, foi buscar alguém que pertenceu ao pior período da Caixa Geral de Depósitos, ao pior período do BCP”, criticou.

“Gostava de perguntar ao primeiro-ministro, ao dr. António Costa, relativamente ao presidente do Banco de Fomento, afinal como estamos? Fizemos um compasso de espera, mas agora gostaríamos de saber se vai para a frente com gente capaz ou se vai para a frente com aquele que queria nomear?”, questionou.

ZAP // Lusa

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