José Maria Ricciardi tem um trunfo na manga para se tentar ilibar no processo de insolvência do Banco Espírito Santo. O ex-gestor argumenta que não teve “qualquer comportamento doloso”.
José Maria Ricciardi é um dos ex-gestores do Banco Espírito Santo (BES) considerados culpados pelo colapso do banco no âmbito do processo de insolvência. Mas o antigo presidente do BES Investimento (BESI) tem um trunfo na manga para tentar ilibar-se, escreve este domingo o Jornal de Negócios.
O processo de insolvência do BES decorre no Tribunal do Comércio de Lisboa e o Ministério Público (MP) argumenta que os 13 ex-gestores tiveram uma conduta culposa na gestão do banco, levando à sua falência.
Por sua vez, Ricciardi defende que não teve “qualquer comportamento doloso”, embora o juiz continue sem lhe dar razão. Pelo contrário, em 2019, o MP deixou de considerar como culpados Pedro Mosqueira do Amaral e Ricardo Abecassis.
Paralelamente a este processo, há um outro: o processo-crime principal relativo à queda do Grupo Espírito Santo (GES). Ricardo Salgado, Manuel Fernando Espírito Santo, Amílcar Morais Pires e José Manuel Espírito Santo foram constituídos arguidos.
José Maria Ricciardi não só não foi constituído arguido como foi chamado como testemunha da acusação. O facto de não ter sido acusado no processo-crime será o trunfo usado pelo ex-gestor para ser ilibado no processo de insolvência.
“Um dos visados pelo incidente de qualificação de insolvência veio ao processo alegar que a acusação deduzida pelo MP no processo-crime, recentemente tornado público, afasta qualquer comportamento doloso ou com culpa grave da sua parte”, lê-se no mais recente relatório da comissão liquidatária. O Negócios sabe que em causa está José Maria Ricciardi.
“Tanto o MP como a comissão liquidatária se opuseram a esta pretensão, tendo o tribunal decidido que o incidente deveria prosseguir os seus termos relativamente àquele visado”, lê-se ainda no relatório.
A decisão sobre a culpa pela queda do BES arrasta-se desde 2017 e não tem prazo previsto. O juiz responsável pelo processo de insolvência está agora a analisar todos os documentos entregues e irá decidir quem levar a julgamento.
“Quem não deve não teme”, e normalmente, quem não deve, não precisa (de trunfos na manga) !…. . Além de “trunfos na manga”, a maioria de Ilustres indiciados, suspeitos ou meros intermediários, têm igualmente meios de defesa (económicos) em contas ofshores e Influencias diversas de altos níveis!….. Os ditos (Mega Processos) são uma prova a vista de todos, que permitem o arrastamento sem Fim de qualquer condenação. ………..Mas disso já todos nós demos conta !….Este “Disfuncionamento”, para não utilizar outro termo, em termos de Justiça, talvez seja, não un defeito mas sim uma normalidade neste Jardim a beira mar plantado !…… Bem podemos mudar de Políticos e Governos, mas mais difícil será mudar de Politicas (Justas) !…… Como se costuma ouvir Popularmente, “mudam-se as Moscas mas fica sempre a M…….” !…..Bem haja a todos !