Ribau Esteves não descarta acordos com o PS se for o novo líder do PSD

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AliancacomAveiro / Facebook

O presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves

O autarca de Aveiro, que ainda não confirmou se vai ser candidato à liderança do PSD, voltou a argumentar que o partido precisa de uma cara nova que não tenha feito “a vida negra ao líder do partido”.

Depois de ter abertamente falado na possibilidade de se candidatar à liderança do PSD, Ribau Esteves voltou a abordar o tema em entrevista ao Público. Mesmo assim, o autarca de Aveiro não confirmou essas intenções.

“Obviamente que estamos em reflexão e ponderação. Duas semanas de reflexão é muito pouco tempo, é preciso que o PSD aprofunde este exercício”, respondeu.

Os fatores que o político está a ponderar antes de tomar a decisão são o resultado das legislativas e o caminho que o partido tem de fazer na oposição ao Governo maioritário do PS, que Ribau Esteves defende que deve dar mais “protagonismo aos seus autarcas, dirigentes dos governos regionais, deputados”.

O PSD precisa ainda de novos protagonistas e de “gente que não anda no firmamento desta disputa há muitos anos, não andou a fazer a vida negra ao líder do partido“, refere, numa referência a outros potenciais candidatos, como Luís Montenegro, Paulo Rangel, Miguel Pinto Luz e Jorge Moreira da Silva, e repetindo a mensagem que tinha passado no vídeo onde se assumiu como potencial candidato à liderança.

Ribau Esteves aponta ainda a dificuldade de comunicar “de forma clara, simples e atractiva” como a maior falha no PSD e reconhece também culpa neste problema. “Somos todos responsáveis por isto. Não conseguimos atrair novos públicos. O Chega conseguiu capitalizar o voto do protesto e a IL vai buscar aquela gente mais nova, em regra formada”, afirma.

Questionado sobre as qualidades de Montenegro, que tem sido apontado como o favorito a suceder a Rio, o autarca prefere generalizar e falar das características de todos os seus potenciais adversários.

“Estes companheiros têm características para poder liderar o partido? A minha resposta é claramente sim. Mas a minha resposta é claramente não quando olho para aquele que deve ser o caminho do PSD nos próximos anos”, remata.

O político acredita ainda que não é necessário um congresso porque nestes “debate-se muito pouco”. “Aquilo que eu defendo é que o partido fizesse um conjunto de reuniões pelo país em cada distrito, nas regiões autónomas, para falarmos uns com os outros. Seria um processo muito saudável e positivo”, defende.

Sobre a ameaça ao PSD com o crescimento de partidos como o Chega e a Iniciativa Liberal, Ribau Esteves prefere antes falar numa reforma eleitoral. “Se perguntarem ao cidadão que deputado é que elegeu, posso garantir-vos que mais de 90% dos portugueses não elegeu deputado nenhum. Defendo e lutarei pela eleição nominal dos deputados com um círculo nacional. É uma reforma fundamental”, sugere.

Agora com um Governo maioritário do PS, há a possibilidade do executivo governar mais ao centro, mas Ribau Esteves acredita que António Costa “sempre mantém a matriz de intervenção à esquerda”, mas não fecha a porta a acordos com o PS se estes contribuírem para um “Portugal melhor”.

“O país precisa de reformas em algumas áreas muito profundas e importantes que o PS, dependente do BE e do PCP, não tinha condição de fazer. O PS quer mexer na justiça? O PSD estará seguramente disponível para isso. O presidente Rui Rio fez propostas objectivas nessa matéria. Sim ou não? Temos de saber. O PS quer trabalhar para termos regionalização? Nos discursos que ouvimos, sim”, conclui.

ZAP //

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