A revista norte-americana “Time” faz uma retrospetiva dos acontecimentos que marcaram 2020, e na capa deste fim de semana assinalou com uma cruz vermelha os quatro dígitos do ano, juntamente com uma observação implacável: 2020 é “o pior ano da história”.
Lembrando que as últimas grandes guerras, crises financeiras ou pandemias ocorreram há pelo menos 80 anos, a colunista Stephanie Zacharek pinta um cenário sombrio deste ano. Entre a pandemia de covid-19, a morte violenta de George Floyd e os protestos que se seguiram às eleições presidenciais americanas, 2021 não será esquecido – mas pelas piores razões.
No Twitter, os utilizadores criticaram a edição da revista, argumentando que a obrigação confinamento não pode ser comparada com as grandes guerras do século XX.
Neste sentido, Zacharek respondeu no seu artigo que “para se lembrar da 1º Guerra Mundial ou da epidemia de gripe espanhola de 1918, teria de ter pelo menos 90 anos, mas o resto da população não estava preparada para isto”.
Para citar os acontecimentos que marcaram o ano, a jornalista enumera “uma recorrência de catástrofes ecológicas que confirmaram o quanto o homem está a destruir a natureza, umas eleições contestadas por um argumento fantasioso, e um vírus provavelmente transmitido por um morcego que pode afetar toda a população e tirar a vida de 1,5 milhão de pessoas em todo o mundo”.
Como crítica de cinema, Zacharek explica que “se 2020 fosse um filme, deixaria de assistir ao fim de 20 minutos”, pois este ano, para além de ser o pior da história, é “tristemente banal e sem graça”.
No entanto, a colunista da Time conclui o seu artigo com uma mensagem de esperança para o próximo ano. “Os americanos são otimistas por natureza. A vida nem sempre é um belo nascer do sol, às vezes temos que passar por momentos escuros antes”.