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Setor da restauração diz que os apoios e horários estabelecidos aumentam a “escravização”

Segundo um documento da PRO.VAR, dois em cada três (66,4%), dos estabelecimentos localizados em centros comerciais, ponderam apresentar pedidos de insolvência.

O trabalho tem por base um inquérito a empresas do sector realizado entre os dias 2 e 9 de abril. Apresenta “respostas válidas de 549 estabelecimentos de restauração”, diz a associação liderada por Daniel Serra.

Os “apoios e horários colocam o setor da restauração à beira da “escravização”, diz o representante da PRO.VAR,

O trabalho deixa um alerta especial para “uma situação de extrema gravidade” identificada nos centros comerciais onde, dois em cada três (66,4%), dos estabelecimentos ponderam apresentar pedidos de insolvência.

Por outro lado, 85% dos inquiridos “dizem que os apoios terão de ser revistos e reforçados”, mas 27,1% estão de fora do APOIAR.

Ainda assim, comparando os dois últimos inquéritos, a PRO.VAR conclui que “os apoios apresentados no dia 12 de março, conseguiram reduzir o número de empresas que estavam a ponderar avançar para insolvência, de 60%, para os 37%”.

Sobre os horários de fim de semana (onde a restauração tem de fechar às 13H), os empresários manifestam “indignação”, e “pedem dignidade para o setor”, considerando que esta opção coloca muitos estabelecimentos à beira da “escravização”.

No documento enviado ao Governo, a PRO.VAR considera que o sector “sucessivamente, serviu de bode expiatório à disseminação da covid-19, mesmo após o investimento de milhares de euros em equipamentos e na reformulação do acesso de pessoas e bens aos espaços, sem que existisse qualquer evidência que comprovasse essa suspeição que recaiu sobre o sector”.

Segundo a associação, “quem conhece aquilo que se está a passar no terreno, sabe que a maioria dos empresários do setor, apesar do prejuízo, continua a trabalhar para manter alguma liquidez e para garantir a manutenção do elo com o seu cliente”, referiu ao Expresso.

Daniel Serra sublinha que é “urgente assumir uma de duas posições: ou o Governo Português assume que os restaurantes devem estar encerrados e assume uma postura de apoio de 70% das perdas, ou seguimos um modelo em que se assume o risco e, definitivamente, deixa de interferir de forma castradora no funcionamento dos estabelecimentos, tal como acontece em Espanha”.

ZAP //

 

 

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