O atual programa de resgate da Grécia vai ser prolongado por mais dois meses, segundo a decisão hoje tomada na reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, em que os Estados-membros que se mostraram novamente disponíveis em conceder àquele país uma linha de crédito cautelar.
Os ministros das Finanças da zona euro reuniram-se esta segunda-feira, na segunda sessão do Eurogrupo, num encontro em que as atenções estiveram centradas na Grécia e nos problemas em torno da conclusão do segundo programa de resgate a Atenas.
Em comunicado no final da reunião, o Eurogrupo referiu os progressos feitos pela Grécia mas disse que não é possível a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) concluírem a quinta avaliação antes do final deste ano, pelo que “terá de continuar no início de 2015“.
Assim, segundo disse o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, os Estados-membros são favoráveis a aceitar um pedido da Grécia para uma extensão técnica de dois meses do atual programa de resgate.
A troika e as autoridades gregas têm tido diversos desentendimentos que têm impedido o desembolso da última tranche de 1.800 milhões de euros.
A Grécia está sob assistência financeira desde 2010, com dois empréstimos concedidos em troca de duras medidas de austeridade.
No final deste ano, vence a parte europeia do resgate de 240 mil milhões de euros (a do FMI deve continuar até à primavera de 2016) e o Governo tem negado um novo programa, apesar dos receios dos parceiros europeus de que o país não tenha condições de se financiar.
O parlamento grego aprovou na madrugada desta segunda-feira o orçamento do Estado para 2015, mas os credores consideram que há um ‘buraco’ entre dois a três mil milhões de euros nas receitas suplementares para que no próximo ano a Grécia atinja as previsões económicas. No entanto, Atenas rejeita novas medidas de austeridade.
Quando acabar o atual programa, a zona euro já se mostrou favorável a dar à Grécia uma linha de crédito cautelar.
Esta linha teria condições reforçadas mas com contrapartidas mais ligeiras que as do atual programa de resgate.
/Lusa