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Renováveis podem criar 116 mil empregos qualificados nos próximos 5 anos

Há muitos estrangeiros interessados em produzirem energia renovável em Portugal, o que pode levar à criação de até 116 mil empregos nos próximos cinco anos, refere o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis, Pedro Amaral Jorge.

Neste momento, os estrangeiros lideram 85% dos projectos para produção de energias renováveis que estão em cima da mesa, revela o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) em entrevista ao programa “Dúvidas Públicas” da Rádio Renascença.

Pedro Amaral Jorge refere que “há muitos pedidos para fotovoltaico“, “muitos pedidos para eólicas onshore“, “muitos pedidos para baterias e há alguns pedidos para eólica offshore“. Mas “também há pedidos para hídrica“, nota.

“Se cumprirmos o Plano Nacional de Energia Clima até 2030, na íntegra, isso representaria um acréscimo de cerca de 90 a 116 mil empregos novos qualificados, nas três fases: construção dos projectos, operação dos projectos, venda de electricidade e monitorização”, acrescenta o mesmo responsável.

“Em 2030, Portugal já vai ter 90% de electricidade renovável”

O presidente da APREN também aponta que, “provavelmente, em 2030, Portugal já vai ter 90% de electricidade renovável“, altura em que os consumidores podem começar a sentir maior alívio na factura da luz.

Em 2024, “de 100% do consumo eléctrico nacional, 71% foi de fontes renováveis“, acrescenta Pedro Amaral Jorge.

Em 2045, será possível atingir os 100% de abastecimento renovável, de acordo com o plano actual que prevê “a produção de hidrogénio verde“, diz ainda o presidente da APREN. “Com toda esta loucura do senhor Trump, a Comissão Europeia ainda não se afastou um milímetro da estratégia”, constata.

Política de Trump é oportunidade para a Europa

Pedro Amaral Jorge salienta que a actual política de Donald Trump, com a aposta no regresso aos combustíveis fósseis e o afastamento dos parceiros europeus, é uma oportunidade única para o Velho Continente se tornar soberano em termos energéticos.

“A Europa tem que tirar partido disso, o momento é agora”, aponta, considerando que “a única forma de ter controlo sobre os seus custos de produção de energia e sobre os seus preços é produzir “todos” os energéticos em espaço europeu, e isso só pode ser feito com renováveis”.

A nível interno, o presidente da APREN defende a necessidade de contratos de longo prazo, para estabilizar os preços, e a importância de investimentos contínuos.

Para isso, apela aos partidos que se entendam com vista à implementação de medidas estruturantes no Parlamento, para “criar uma estabilidade social e económica para que o país se desenvolva”.

“As pessoas não investem na transição política, esperam para perceber qual é que vai ser o cenário, no dia seguinte”, alerta.

ZAP //

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