“Corrida aos eletrolisadores” está a limitar os avanços portugueses nos projetos de hidrogénio. Mercado europeu não responde à procura.
Em julho de 2024, o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), fundo europeu, assegurou a Portugal mais 70 milhões de euros para a realização de projetos relacionados com hidrogénio, com um limite de 15 milhões de euros por cada projeto. Assim noticiava o Expresso.
Portugal tinha já recebido, em 2021, um aviso da União Europeia no valor de 102 milhões de euros e, em 2023, outro de 83 milhões de euros.
Mas, meio ano depois, os projetos estão com dificuldades em avançar, conforme noticia o Observador, e a principal culpa está na “corrida aos eletrolisadores“, um equipamento essencial à produção deste tipo de gás.
A ministra do Ambiente e Energia no Parlamento, Maria da Graça Carvalho, disse esta quarta-feira que “há uma corrida à compra de eletrolisadores” no mercado europeu e mundial que está a dificultar a execução do PRR neste campo.
Segundo a ministra, a elevada procura dos eletrolisadores está a fazer com que seja difícil obtê-los. Este equipamento é um dispositivo que serve para quebrar as moléculas da água em átomos de oxigénio e hidrogénio.
“Não estão disponíveis eletrolisadores para entrega no mercado. O que está acontecer em Portugal está a acontecer no resto da Europa. Portanto há aqui dificuldades a executar”, afirma Maria da Graça Carvalho.
O Observador menciona investimentos em gases renováveis e hidrogénio verde no valor de 255 milhões de euros que estão em risco por causa da falta destes dispositivos no mercado europeu.
“Os promotores estão a dizer-nos que há uma grande dificuldade em executar todos estes projetos”, assegura a ministra, citada também pelo Eco.
Há projetos no valor de 1.700 milhões de euros cuja gestão cabe ao Fundo Ambiental. Deverão, agora, passar para a alçada da Agência para o Clima.
Marcel Rebelo de Sousa também já lamentou a situação: “Esperamos que aumente significativamente a taxa de execução durante o corrente ano”.