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Relatório revela que lesão de Schumacher terá sido causada por uma GoPro

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Formula1streaming / Flickr

A grave lesão cerebral de Michael Scumacher, o lendário hepta-campeão do mundo de Fórmula 1, terá sido provocada por uma câmara de filmar GoPro montada no seu capacete, revela um relatório divulgado esta segunda-feira.

O jornalista francês Jean-Louis Moncet conta na Metro ter estado em contacto com Mick Schumacher, o filho do piloto alemão, que lhe terá dado a conhecer as conclusões do relatório.

“O problema para o Michael não foi o embate contra a rocha em si, mas o facto de ter uma GoPro montada no capacete, que lhe provocou as lesões no cérebro”, afirma Moncet.

A possibilidade de que a câmara montada no capacete pudesse ter sido um problema já tinha sido avançada anteriormente pelo The Telegraph.

Peritos da ENSA, a conceituada Escola Nacional de Esqui e Alpinismo, sediada no resort de esqui de Chamonix, realizaram testes para avaliar se a câmara poderá ter enfraquecido a estrutura do capacete no momento do impacto contra a rocha.

“O capacete ficou completamente partido, em pelo menos duas partes. A ENSA analisou os materiais do capacete e não havia nenhum problema, estava tudo bem com os materiais”, declarou ao Telegraph uma fonte ligada à investigação.

“Mas então, porque explodiu o capacete com o impacto? É aqui que entra a câmara na equação”, acrescentou a fonte.

Os laboratórios da ENSA têm estado a realizar testes para avaliar se a presença de um objecto sólido entre o capacete e a rocha com a qual colidiu poderá ter enfraquecido a estrutura do capacete, provocado a sua destruição e agravado as consequências do impacto.

Curiosamente, a câmara em si, o modelo GoPro Hero que a moda das filmagens de desportos radicais popularizou, sobreviveu ao violento embate e tem fornecido aos investigadores informação audio e vídeo do acidente – que poderá revelar-se crucial para esclarecer o seu envolvimento no mesmo.

Se câmara parece ter ultrapassado sem danos o acidente, o mesmo não se pode dizer da sua fabricante. Na sequência destas revelações, as acções da GoPro caíram a pique.

Segundo o Yahoo Finance, o título sofreu uma queda de 14%, esmagado pelas preocupações do mercado com os aspectos de segurança que o relatório veio expôr.

chicagobart / Flickr

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AJB, ZAP

4 Comments

  1. Havia 2 alternativas: o capacete bater diretamente na rocha ou por intermédio da câmara GoPro. Um embate direto na rocha provocaria tensões e esforços muito elevados numa área muito reduzida do capacete. Com a câmara no meio, ligada ao capacete por intermédio de um suporte com faixa autocolante de área considerável, as tensões no capacete seriam certamente, para um mesmo embate, muito menores do que com um embate numa superfície rochosa.
    Convém lembrar que um capacete de esqui não tem uma resistência nem sequer próxima da de um capacete de F1…

  2. Baseado em que factores pode fazer essa afirmação?

    Se tiver batido numa ESQUINA de uma rocha, aí a tensão seria de facto superior, mas caso a superfície de contacto com a rocha fosse maior que o dito suporte, algo BEM provável, então isso levou a um indubitável aumento da tensão exercida sobre aquele ponto do capacete.

    Basicamente, o que a câmara terá feito foi concentrar a pressão num ponto mais pequeno, são essas as conclusões do relatório, baseado nos FACTOS, inclusive nas imagens da própria câmara que decerto teve uma vista privilegiada sobre a rocha…

  3. Mesmo no caso de um embate numa rocha perfeitamente plana e polida (creio que são raras) o ponto de contacto de um capacete será sempre pequeno, pois o capacete é oval. Apenas no caso de o capacete embater numa rocha com o formato do negativo do próprio capacete (estatisticamente impossível) é que se teria uma tensão altamente distribuída. A câmara é feita de materiais com dureza e módulo de elasticidade inferior ao de uma rocha (se ígnea, a sua composição em quartzo é elevada, que é bastante duro). Ora, o apoio da câmara, devidamente projetado para distribuir as forças inerciais da câmara por uma área bem definida do capacete, deverá resultar em tensões menores. E mesmo que a câmara se tenha destacado do apoio e embatido no capacete, dificilmente tal poderá ser interpretado como um caso mais desfavorável que o impacto direto na rocha. Aconselho uma observação atenta da geometria dos capacetes de sky e dos seus materiais, de natureza pouco dúctil (de rotura frágil; plásticos finos e duros). Aliás eles são projetados para quebrar. A marca “EVO” descreve: “In-molded construction utilizes a thin, hard plastic outer shell that is molded to an EPS foam liner to absorb shock. This setup allows for less rebound during impact because it will collapse under hard impact.” – repito: “collapse under hard impact”.

    O relatório é da ENSA, e no seu site (http://www.ensa-chamonix.net), em “Partenaires économiques” (parceiros económicos) estão lá várias marcas de capacetes. Parece-me bem mais razoável que a ENSA esteja a tentar ilibá-las de responsabilidades. A conclusão mais lógica é que os capacetes deveriam ter melhores performances. Se surgir um outro relatório de uma entidade idónea e isenta com as mesmas conclusões, serei o primeiro a mudar a minha opinião. Até lá, a lógica não parece favorecer as conclusões da ENSA…

  4. Ora bem.
    Depois de tanta dissertação cheguei à conclusão que os dissertadores não fazem ideia nenhuma do que aconteceu por muita frustração que isso lhes cause, ficando-me a impressão que as malvadas das rochas não foram concebidas para receber impactos de esquiadores usando este tipo de capacetes.
    Como disse Vasco Santana
    Entendi-te……

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