O julgamento em Portugal do ex-vice-Presidente angolano Manuel Vicente, cujo início está marcado para 22 de janeiro, deixou as relações entre os dois países geladas. Angola prepara-se para tomar medidas retalioatórias.
Depois de esta segunda-feira o presidente angolano, João Lourenço, ter qualificado o julgamento do ex-vice-presidente em Portugal como uma ofensa para Angola, o país africano endureceu a sua posição.
Ainda esta semana, Angola deixou o aviso de que ou o processo é enviado para ser julgado pela justiça angolana ou “a seu devido tempo Portugal tomará conhecimento das posições que vai tomar”.
Segundo o jornal Sol, entre as posições equacionadas pelo chefe de Estado angolano para responder a Lisboa, caso o julgamento prossiga em Portugal, poderá estar a redução do investimento angolano – que poderá mesmo chegar a zero.
Angola considera ainda tomar medidas como o cancelamento na atribuição de vistos ou a morosidade no seu trratamento, e a suspensão dos mecanismos de cooperação judiciária entre os dois países.
Esta última medida terá mesmo sido já colocada em cima da mesa o ano passado pelo então procurador-geral da República de Angola, João Maria de Sousa, em carta enviada à sua homóloga portuguesa, Joana Marques Vidal, na qual o responsável angolano pede que “por obséquio, nos informe se é possível manter o interesse” nessa cooperação.
Em cima da mesa não estará, diz o Sol, a possibilidade radical do corte absoluto de relações diplomáticas entre os dois países. Mas João Lourenço não está disposto a ceder nesta matéria – não apenas por uma questão pessoal e institucional, mas porque “Portugal não reconhece que há mudanças em Angola” e que a situação não é a mesma.
O primeiro-ministro português, António Costa, anunciou este sábado que vai encontrar-se com o presidente angolano no final deste mês, durante o Fórum Económico Mundial, em Davos, Suíça, e salientou que não há nenhum problema político entre os dois países.
“Tenho um novo encontro marcado com o chefe de Estado angolano, João Lourenço, em Davos, daqui a duas semanas. Portanto, as relações entre Portugal e Angola vão decorrer com toda a normalidade possível, num contexto em que há um problema“, diz Costa.
O processo do ex-vice-presidente angolano tem sido a pedra no sapato do relacionamento entre os dois países. Segundo a edição deste sábado do semanário Expresso, o Ministério Público assume que não confia na Justiça angolana, porque as autoridades judiciais angolanas “não dão garantias.
Segundo o semanário, Augusto Santos Silva está “muitíssimo preocupado” com um “irritante” que está a afectar as relações com Angola. O caso, diz o ministro dos Negócios Estrangeiros, tem a “agravante de que a solução não depende do Governo português”.
Em causa está a “Operação Fizz“, processo em que o ex-vice-presidente de Angola e ex-presidente do conselho de administração da Sonangol, Manuel Vicente, é suspeito de ter corrompido, em Portugal, Orlando Figueira, quando este era procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, departamento do Ministério Público que investiga a criminalidade mais grave, nomeadamente de natureza económica
O antigo dirigente angolano, recorda o Público, terá pago ao procurador cerca de 763 mil euros, para além de o contratar para uma empresa da Sonagol, para que arquivasse um inquérito-crime em que Manuel Vicente era suspeito de branqueamento de capitais.
“Nós não estamos a pedir que ele seja absolvido, não estamos a pedir que o processo seja arquivado, nós não somos juízes, não temos competência para dizer se o engenheiro Manuel Vicente cometeu ou não cometeu o crime de que é acusado”, afirmou João Lourenço quando questionado sobre o caso.
Mas “que isso seja feito aqui, pela Justiça angolana, em Angola”, defende o governo angolano, que salienta que “não tem pressa” na resolução deste processo.
Afinal, quem não confia na justiça Angolana, não é Portugal, mas sim o governo de Angola, que não confia na Justiça Portuguesa. E , não há ninguém que dê esta resposta ao ao Sr. Lourenço.
Angola vai retaliar? Ui ui, não me digam que vai deixar de enviar angolanos para Portugal, ou então vai obrigar a regressar a Angola tudo que é cantor pimba de kizomba. Estamos lixados eheheheheheh.
Concordo na íntegra. é estou disposto a contribuir com algum para a “exportação” de tais valias.
Será que ele fala assim para os chineses que estão a roubar tudo de Angola ? Não porque tem o rabo trilhado. É tempo de abandonar Angola e eles que se amanhem !!!
Carrilho!
Por mim podem acabar os negócios em Angola e o envio de angolanos para Portugal. Os angolanos que tenham as mesmas regras que todos os outros se quiserem negociar ou vir para Portugal.
Concordo com os comentários aqui feitos, e sinceramente acho que Angola perde mais.
Eu sou angolana vivo em portugal há anos daqui ninguem me tira kkkk se tiverem k fazer guerra vao me desculpar angola. Mas so tenho uma opção ..
Angola para os Angolanos, Portugal para os Portugueses. Cada um com o que é seu!!
Já é tempo de os angolanos perceberem que em portugal há justiça não é por acaso que até o sr:Sócrates foi preso.
Quem corrompe com a justiça merece o seu castigo.
Aqui não há padrinhos curuptos.
Mais sim há justiça.
Forca portugal.
O PS sempre teve dificuldade em lidar com os palops…
Este é um dos casos em que a teimosia só trás desvantagens.
Porque será que a justiça portuguesa tem de julgar ( e punir ) um cidadão angolano ?
Mesmo que o crime de corrupção tenha ocorrido cá dentro.
Entreguem o bandido a Angola e eles que se amanhem…
Em Portugal tratem de julgar e punir o cidadão que se deixou corromper pelo Vicente.
Costa escuda-se na separação de poderes, mas tem uma ministra da justiça e um presidente que podem “influenciar” o percurso da justiça quando esta envolve terceiros países.
Na Venezuela estão meio milhão de portugueses e por isso nunca ninguém ouviu condenar o seu governo. Em Angola a situação é idêntica e num corte de relações, Portugal fica a perder mais que Angola.
Angola tem 500 mil portugueses, tem milhares de empresas a laborar lá, tem milhões de euros em capital nas empresas portuguesas, e é o primeiro destino das exportações fora da UE.
Cheguei ao Emanuel e não li mais
O Emanuel vai pagar aos desempregados que vão ser recambiados, e também vai pagar os desempregados diretos e indiretos que vão nascer de tão esmeraldas atitudes.
BOA, ainda bem que não vou ser eu a pagar a fatura
Mais uma chantagem inaceitável de Angola!…
Nada de novo e, enquanto Angola fôr uma ditadura das mais corruptas do mundo, vai ser sempre muito difícil lidar com eles de igual para igual – já que eles lá que fazem o querem e estão tão desfasados da democracia ao ponto de pensarem que cá os políticos podem dizer aos tribunais o que estes tem que fazer…
“Portugal não reconhece que há mudanças em Angola”
Pois claro que não… nem Portugal, nem nenhuma instituição internacional credível, seja a UNICEF, a Human Rights Watch, a Freedom House, etc, etc…
So vejo comentários tristes de gente triste que não sabe o que diz,,vejo que é só conversa de quem nunca saiu de portugal.
Só?!
Então estás a ver mal e certamente não viste o meu comentário!…
Mas, não queres “iluminar” os “tristes” com o teu grandioso conhecimento?!
Isso é que era de valor!… agora, criticar os outros e depois não dizer nada…
Também não queres explicar o que tem sair ou não de Portugal (escreve-se com maiúscula, caso não saibas!), a ver com isto?
Aguardamos que partilhes um pouco dessa tua enorme sapiência!..