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Reitor (acusado de desviar milhões) julgado à porta fechada para preservar o prestígio

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Universidade Fernando Pessoa / Facebook

Salvato Trigo, reitor da Universidade Fernando Pessoa

O reitor da Universidade Fernando Pessoa, Salvato Trigo, está a ser julgado à porta fechada, pelo alegado desvio de 3 milhões de euros da instituição de ensino privada, para não colocar em causa o seu bom nome, nem provocar “danos irreparáveis” à entidade e aos seus alunos.

Esta argumentação foi apresentada pela defesa do reitor da Universidade Fernando Pessoa, para que o julgamento fosse realizado sem publicidade dos factos reportados em tribunal, conforme salienta o jornal Público.

E o juiz Guilhermino Freitas acatou o pedido, determinando que é “proibida a assistência do público, apenas podendo assistir as pessoas que tiverem que intervir no julgamento”, segundo cita o diário.

O Ministério Público não se opôs, nem tão pouco o fez o assistente do caso, a Fundação Ensino e Cultura Fernando Pessoa, que é a proprietária da Universidade e que se mantém sob controlo de Salvato Trigo e da sua família.

A defesa do reitor alegou que este é uma “personalidade de reconhecido mérito e prestígio no meio universitário nacional e internacional” e que, portanto, a acusação que lhe é imputada é “atentatória da sua honorabilidade profissional e pessoal, bem como do seu bom nome”.

Nas alegações apresentadas, a defesa acrescenta que “os factos submetidos a julgamentos poderão ter evidente repercussão mediática, o que necessariamente terá efeito nefasto no normal funcionamento da Universidade Fernando Pessoa e do hospital-escola”.

O advogado do reitor alega que este caso deve merecer um tratamento excepcional, realizando-se à porta fechada, “atendendo à gravidade e especialidade dos danos que a publicidade da audiência poderá acarretar”, nomeadamente aos alunos da Universidade Fernando Pessoa.

O juiz deu razão a estas alegações e “tomou oralmente a decisão de excluir a publicidade”, conforme reporta o Público, notando que não há “um documento escrito” a constatar a medida.

As gravações da audiência revelam os argumentos da defesa, a não oposição do Ministério Público e o apoio do assistente do caso que é “praticamente inaudível”.

O Público tentou também consultar o processo, mas sem êxito, dada a oposição da defesa. “O juiz autorizou a consulta, mas só permitiu que a mesma se concretizasse depois de passar o prazo de um mês que as partes têm para recorrer de qualquer decisão”, conta o jornal, frisando que a defesa do reitor interpôs recurso, para evitar o acesso ao processo.

As alegações finais do caso devem acontecer no final deste mês de Março. Salvato Trigo é suspeito de fraude fiscal, juntamente com a mulher e a filha, num outro caso onde o fisco exige mais de 1,4 milhões de euros.

ZAP //

20 Comments

  1. Ridículo e inacreditável. Um indivíduo que desvia milhões, ainda tem bom nome e prestígio? Só mesmo neste bananal à beira mar plantado.

  2. Bom nome?? essa nem ao diabo lembra. Então está a ser julgado por fraude fiscal e tem bom nome?? Haja bem senso no que se diz deste tipo de pessoas… mais estas pessoas não devem ser salvaguardas. Quando cometeram fraude deve ser publico e não escondido, senão vamos todos roubar e todos devemos ser salvaguardados…

  3. Para preservar o prestígio! É mesmo só para rir. Que prestigio tem um estafermo destes, que procede desta forma? Prefiro lidar com ciganos. Depois queixam-se ao ministério da educação, que há falta de dinheiro.

  4. É para evitar comentários como os abaixo que se baseiam em títulos bombásticos que nada têm a ver com a realidade ou com a decisão do tribunal. Sei do que falo por outro tema onde fui afectado…

  5. Por favor, sou um ignorante em estado avançado de inteligência, alguém que ajude-me nesta minha pergunta: “Domus Iustitiae” significa o quê? ainda hoje li uma noticia que todos os julgamentos ou seja a leitura final do Ex.mº Sr Meritíssimo é de porta aberta e este cidadão GATUNO, é julgado à porta fechada? Obrigado mãezinha por manteres a minha santa ignorância. Muito obrigado. !!!

  6. Meus senhores, a constituiçao – mas nao só, o bom senso também – garantem que se é inocente até prova contrária.
    por isso é que o tipo está em julgamento.
    Até pode vir a concluir-se que ele não é culp[ado, por isso, os comentários acima são superficiais.

    Queria ver se fosse algum de vós, se gostaria de ser apontado como culpado antes de tal ser provado e ter a própria vida devassada e reputação destruída.

    Ninguém garante que as notícias da imprensa sejam exactas e verdadeiras.

    • Caro ah, até concordo consigo mas então não deveriam todos os cidadãos suspeitos de algo serem julgados à porta fechada até serem declarados culpados?

      • Presos à mente, estou de acordo com o JM. Uns são protegidos, outros têm a vida devassada na praça pública, assim como o julgamento dos média. Se nada for provado, quanto não é vamos ter que indemnizar a vítima, só porque houve vários interesses instalados que acharam por bem assassinar alguém incómodo. Não! Ou isto muda ou temos algum desgosto colectivo.

    • Mas amigo: quantas e tantas vidas – do cidadão comum – não são arruinadas e o seu bom nome e reputação destruídos? Aliás, a pessoa ainda sendo suspeita, entra para ser ouvida e antes que se sente e comece a relatar o sucedido, como foi e não foi, já lhe é dito, antes de mais nada, que é arguida; a sua inocência posteriormente se verificará! Por que não, este tratamento ser extendido a todo o cidadão? Esta decisão poderia ser válida se aplicada constantemente e na generalidade a todas as pessoas e não somente a algumas pessoas (que não são mais que personalidades engenhosas deste país); e acho lamentável, que o ministério público, uma entidade que tem como principal objectivo na sua função o “enterrar” e prejudicar o mais que possa a parte que acusa, não se apor a tal decisão.

  7. Ah! Ah! Ah!
    O indivíduo pôs o trigo a salvo e agora não que que se saiba como nem porquê?!
    O juiz aceitou o tratamento excepcional e não há um documento escrito dessa decisão…?
    E o MP não se opôs a tamanha enormidade??? Fico em estado de espanto…
    Porque a Universidade, obviamente que não se oporia!
    Viva a transparência de justiça neste jardim à beira mar plantado…

  8. O advogado esta no direito de alegar seja la o que for na defesa do seu cliente, para mim o mais grave de tudo, para alem do desvio de dinheiro e do crime fiscal será o juiz concordar com as alegacões apresentadas pelo advogado…

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