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Reduzir cáries e o fardo para o SNS britânico. Reino Unido quer adicionar flúor à água

O Reino Unido está a ponderar adicionar flúor à água de mais britânicos. Além de significar que menos pessoas vão sofrer de cáries dentárias no futuro, o projeto também vai diminuir o fardo sobre o Serviço Nacional de Saúde britânico. O dinheiro poderá, assim, ser redirecionado para outros serviços.

O flúor é um mineral natural encontrado na água em quantidades variáveis, dependendo do local onde se vive. Além de tornar os dentes mais fortes, reduz a cárie dentária, razão pela qual é frequentemente adicionado à pasta de dentes e ao elixir bucal.

Desde 1964, tem sido adicionado à água potável em algumas partes do Reino Unido, um país em que este problema dentário é a razão mais comum para a hospitalização de crianças com idades entre os seis e os 10 anos.

Uma investigação mostrou que a adição de flúor à água reduziu as cáries dentárias em 28% nas crianças de cinco anos que vivem em comunidades carenciadas – tornando-as cerca de 50% menos suscetíveis de necessitarem de remoção de dentes no hospital. Em áreas mais ricas, o flúor na água reduziu as cáries dentárias em 17%.

A par das propostas para adicionar flúor à água potável de mais britânicos, foram também levantadas algumas preocupações relacionadas com a segurança do mineral.

No entanto, conforme explica o The Conversation, a maior parte dos estudos que mostraram uma relação causal entre a fluoridação e alguns problemas de saúde não resistiram ao escrutínio académico, em grande parte porque não consideraram outros fatores que podem influenciar os resultados – como fumar, a obesidade ou a idade.

Não existem provas científicas credíveis de que a adição de quantidades mínimas de flúor à água possa causar cancro ou outras doenças. Pelo contrário, há provas consistentes de que o mineral é eficaz na redução das cáries dentárias.

O The Conversation cita um relatório sobre a segurança do mineral que refere que o flúor na água potável (e na pasta de dentes, se ingerido) pode causar fluorose. Ainda assim, estudos realizados em Inglaterra não demonstraram maiores níveis de fluorose dentária grave em áreas cuja água contém flúor, em comparação com as que não contêm.

Podem também ocorrer problemas de desenvolvimento ósseo (chamados fluorose esquelética), mas tal só acontece em locais com níveis naturais muito elevados de flúor na água. Nenhuma destas condições constitui uma preocupação em países onde o nível de flúor na água é controlado.

A cárie dentária continua a ser um fardo significativo para os britânicos e para o NHS (sistema nacional de saúde do Reino Unido). Adicionar flúor à água noutras partes do país poderá ser uma forma segura e eficaz de melhorar a saúde dentária de muitos cidadãos.

ZAP //

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