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“No-deal”. Reino Unido não dá braço a torcer e garante que “não vai mudar” posição face à UE

Julien Warnand / EPA

O Reino Unido “não vai mudar” de posição face à União Europeia, garantiu este domingo um negociador britânico, à chegada a Bruxelas, para uma nova ronda negocial com o executivo comunitário.

David Frost relembrou que, na sequência do Brexit (saída do Reino Unido da UE), consumado em 31 de janeiro, o país retomou o controlo das suas leis, do seu comércio e das suas águas.

Na semana passada, durante a ronda negocial que decorreu em Londres, o ministro britânico Michael Gove confirmou, durante uma intervenção parlamentar, que as negociações entre Londres e Bruxelas estão bloqueadas em exatamente esses três tópicos: concorrência, resolução de diferendos no futuro acordo e acesso dos pescadores da UE a águas do Reino Unido.

“Essa foi a nossa posição constante desde o início e não vai mudar”, escreveu hoje o negociador David Frost, na rede social Twitter, antes dos encontros com o negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier.

Com o limite temporal de meados de novembro a aproximar-se, Daniel Ferrie, porta-voz da Comissão Europeia, comunicou, na semana passada, que o executivo comunitário está “a trabalhar duramente para chegar a um acordo”.

Esta nova ronda de negociações é considerada uma das últimas oportunidades para se conseguir um acordo comercial entre as duas partes.

Meados de novembro é a data limite para se chegar a um acordo que terá de ser ratificado antes de entrar em vigor, em 1 de janeiro de 2021, dia em que caduca o período transitório após o Reino Unido ter abandonado formalmente o bloco europeu.

Os líderes dos 27 Estados-membros da UE têm uma cimeira virtual, agendada para dia 19, para debater a pandemia de covid-19. Para já, o tema do Brexit não está na agenda.

Num cenário de “no-deal” (ausência de acordo) até final do ano, as trocas comerciais entre o Reino Unido e os 27 Estados-membros da UE passam a ser reguladas pelas regras da Organização Mundial do Comércio, com a imposição, nomeadamente, de taxas alfandegárias e limites às importações e exportações.

ZAP // Lusa

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