Reino Unido desce nível de alerta. Governo espanhol apela à “responsabilidade”

No Reino Unido, quatro diretores gerais de Saúde defendem que o grau de alerta para a pandemia deve passar do nível 4 para o 3. Em Espanha, depois de as medidas restritivas terem sido aliviadas a partir da meia-noite de sábado, o Governo apelou à “responsabilidade”.

Os quatro diretores gerais de Saúde do Reino Unido concordaram que o grau de alerta para a pandemia deve passar do nível 4 para o 3, o que significa que a transmissão do novo coronavírus deixou de aumentar exponencialmente.

Numa declaração feita pelos diretores gerais de Saúde de Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, bem como do diretor médico do serviço de saúde NHS England, Stephen Powys, os responsáveis disseram que a decisão foi tomada após recomendação do Centro de Biosegurança Comum e análise dos dados mais recentes.

“Graças aos esforços da população do Reino Unido no distanciamento social e ao impacto que estamos a começar a ver do programa de vacinação, o número de casos, mortes e pressão nos hospitais da covid-19 caíram consistentemente”, afirmaram.

No entanto, a doença “ainda está a circular, com pessoas a serem infetadas e a transmitir o vírus todos os dias, por isso todos nós precisamos de continuar vigilantes. Esta continua a ser uma grande pandemia em todo o mundo”.

O anúncio acontece horas antes de o primeiro-ministro confirmar, esta tarde, que Inglaterra vai avançar para a próxima etapa do plano de desconfinamento a partir da próxima semana, com a possibilidade de sociabilização em espaços fechados e abraços.

A nova etapa, a terceira do roteiro do Governo, entrará em vigor no dia 17 de maio e vai permitir ao setor da restauração servir dentro de portas e aos clubes de futebol voltarem a jogar com espetadores.

Desde o lançamento da campanha de vacinação, no início de dezembro, mais de 35 milhões dos 68 milhões de habitantes do Reino Unido receberam uma primeira dose de uma vacina contra a covid-19, ou seja, 67% da população adulta.

O Reino Unido é, todavia, o país com o maior número de mortes na Europa, 127.605 desde o início da pandemia.

Também esta segunda-feira, o Governo espanhol apelou à “responsabilidade” dos cidadãos e sublinhou que as restrições continuam em vigor, depois das festas de rua a celebrar o fim do estado de emergência na noite de sábado, sem máscaras ou distanciamento social.

O fim do regime de exceção não significa o fim das restrições. Longe disso. A ameaça do vírus persiste. É por isso que as autoridades devem continuar a agir e os cidadãos devem continuar a comportar-se de forma responsável“, afirmou o ministro da Justiça espanhol, Juan Carlos Campo, num artigo publicado no diário El País.

Depois de vários meses de recolher obrigatório e de cercas sanitárias em vigor em várias regiões do país, como consequência do estado de emergência sanitária imposto no final de outubro passado, os espanhóis viram aliviadas essas medidas a partir da meia-noite de sábado.

Desde domingo, os órgãos de comunicação social têm vindo a mostrar imagens de centenas de pessoas a saltar, dançar e beber em festas de rua em Madrid, Barcelona e outras cidades espanholas, sem máscaras nem distâncias de segurança.

“Com o primeiro-ministro Pedro Sánchez, passámos do estado de emergência sanitária ao caos”, criticou no domingo o líder do principal partido da oposição de direita, Pablo Casado, do Partido Popular (PP).

Em resposta a estas críticas, o ministro da Justiça assegurou que as regras atuais são “adequadas à fase da pandemia” em que o país se encontra e salientou que “28% da população já tinha recebido pelo menos uma dose de vacina”.

As comunidades autónomas, que são responsáveis pela gestão da crise sanitária, continuam a poder limitar as horas ou a capacidade do comércio, como restauração e similares.

As 17 comunidades autónomas podem ainda pedir o restabelecimento do recolher obrigatório ou de cercas sanitárias, mas, visto que o estado de emergência foi levantado, devem ter a autorização dos tribunais para o fazer, uma vez que estas medidas restringem as liberdades fundamentais.

Se o tribunal regional se recusar, podem recorrer para o Supremo Tribunal, tendo as Ilhas Canárias sido a primeira região a anunciar, no domingo, que o faria, após o seu pedido de manter um recolher obrigatório ter sido rejeitado.

A decisão do mais alto tribunal espanhol estabelecerá “o modelo comum para o nosso país”, salientou o ministro da Justiça, dizendo que o Governo está pronto a “propor […] alterações legislativas adicionais” à luz da próxima decisão do Supremo.

Entretanto, a polícia municipal de Madrid passou, desde o fim do estado de emergência, 650 multas devido ao consumo de bebidas alcoólicas na via pública, e mais de 350 outras pela não utilização de máscaras, revelou uma responsável da proteção civil desta região.

ZAP // Lusa

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