A reforma antecipada é uma realidade. A pandemia foi um lembrete

istevenxue / Flickr

Porque só vivemos uma vez, milhões de trabalhadores dos EUA deixaram de querer trabalhar depois dos 65 anos. Na verdade, anteciparam o “prazo de validade”.

Parece que os tempos de querer trabalhar e trabalhar mais, mais anos, estão a ficar para trás. Pelo menos nos EUA.

Milhões de trabalhadores dos EUA deixaram de querer trabalhar depois dos 65 anos. Na verdade, anteciparam o “prazo de validade”: agora a reforma é no máximo aos 62 anos.

O portal Axios destaca os números do New York Fed: desde Março de 2020 a percentagem de pessoas que planeia trabalhar depois dos 62 anos caiu praticamente 10 pontos percentuais, de sensivelmente 56% para 46%.

O que aconteceu em Março de 2020? Sim, o mundo ficou fechado por causa do coronavírus. A partir daí, as pessoas reforçaram a ideia de que queriam viver mais longe do trabalho. Aproveitar mais a vida. E esse pensamento parece estar a prolongar-se.

A COVID-19 também antecipou a reforma de muita gente, mas por motivos de saúde. Embora isso esteja a ser essencialmente uma decisão voluntária, não forçada.

Outros factores que estarão relacionados: desemprego, dificuldade em encontrar um novo emprego, preocupações sobre saúde, ou falta de locais para colocar os netos.

As mulheres dos EUA planeiam deixar de trabalhar mais cedo: 44% pensam reformar-se até aos 62 anos, enquanto 48% dos homens têm a mesma ideia.

Mas não há grandes discrepâncias noutros critérios (idade, escolaridade ou rendimentos). A intenção de reforma antecipada é global no país.

O outro lado do assunto, mais preocupante: a Segurança Social nos EUA está a ficar sem dinheiro.

Está a decorrer nos EUA uma aparente “mudança cultural caracterizada por um repensar do valor do trabalho”, indica o New York Fed.

ZAP //

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