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As redes sociais estão a ficar azuis para que o mundo não esqueça o Sudão

STR / EPA

Pessoas de todo o mundo estão a mostrar a sua solidariedade com o povo do Sudão, alterando as suas fotografias de perfil nas redes sociais para um fundo azul.

De acordo com a Al Jazeera, o movimento #BlueforSudan quer alertar o mundo para o que está acontecer no Sudão e, sobretudo, para homenagear Mohamed Mattar, uma das vítimas mortais dos recentes confrontos entre manifestantes e o Exército em Cartum, a capital deste país africano, que já provocaram mais de 100 mortos.

O engenheiro de 26 anos foi assassinado a tiro, no passado dia 3 de junho, alegadamente quando tentava proteger duas mulheres da ação militar violenta que se abateu sobre os manifestantes, que estavam acampados junto ao quartel-general do Exército a exigir a transferência de poder para uma autoridade civil.

Os opositores estavam acampados desde o início de abril, numa primeira fase para exigir a saída do Presidente Omar al-Bashir – entretanto destituído e preso – e depois para que os generais entregassem o poder a um Governo civil, que já prometeram convocar eleições dentro de nove meses.

A situação começou a ser denunciada nas redes sociais por Shahd Khidir, uma amiga de Mattar e ‘beauty influencer’ com quase 90 mil seguidores no Instagram, que alertou para o facto de os media mundiais não noticiarem o que se está a passar no país.

“Está neste momento a acontecer um massacre no meu país e tudo o que vejo é um ‘blackout’ dos media e a censura na Internet durante quatro dias consecutivos. O meu amigo foi assassinado pelas Forças de Suporte Rápidas (RSF) no dia 2 de junho e essa foi a última vez que falei com ele. Esteve desaparecido durante quatro dias e quando finalmente conseguimos falar disse-me que tinha sido ‘apanhado, agredido, abusado e humilhado'”.

“A comunidade internacional está em silêncio“, acusa a influenciadora na publicação que, entretanto, já foi partilhada milhares de vezes e reuniu mais de 600 mil gostos.

Esta sexta-feira, a agência noticiosa oficial Suna avança que o ex-Presidente foi indiciado por corrupção. Al-Bashir foi acusado de “posse de divisas estrangeiras, de ter adquirido riquezas de forma suspeita e ilegal e de ter ordenado o estado de emergência”.

O ex-chefe de Estado, que não é visto em público desde que foi preso, já havia sido acusado em maio de incitamento e envolvimento na morte de manifestantes.

ZAP //

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