A Comissão Europeia melhorou a previsão de recessão do PIB português para este ano, antecipando uma recessão ligeiramente menos grave do que a prevista em julho. Espera-se uma ligeira recuperação já em 2021.
Continua a ser uma das maiores recessões de sempre, mas deverá ser ligeiramente mais baixa. A Comissão Europeia melhorou a previsão para a contração da economia portuguesa este ano, uma vez que segundo as previsões de julho esta deveria ser de 9,8%. As novas previsões apontam para uma recessão mais baixa: de 9,3%.
Para 2021, no entanto, há o reverso da medalha: Bruxelas confia que o PIB português sobe 5,4%, igualando as contas do Governo para esse ano, diz o ECO.
Apesar da melhoria das previsões, não é de excluir que estas possam já estar desatualizadas face à evolução da situação epidemiológica na Europa e as respetivas restrições implementadas pelos Governos, nomeadamente o português. Pois a data final da informação que consta nestas previsões é de 22 de outubro.
A recessão de 9,3% prevista para Portugal em 2020 é superior à queda de 8,5% prevista pelo Ministério das Finanças na proposta do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021), mas é igual à previsão feita pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) em setembro e abaixo da queda de 10% antecipada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em outubro. Ainda assim, fica acima da média da Zona Euro onde se espera que o PIB encolha 7,8%.
Na sua análise à economia portuguesa, a Comissão Europeia reconhece a recuperação económica dos meses de verão, mas avisa que o setor do turismo continua “muito abaixo” dos níveis anteriores à pandemia e deverá “recuperar só gradualmente”.
Dentro da Zona Euro, apenas Espanha, Itália e França terão uma recessão pior do que a da economia portuguesa, de acordo com as previsões da Comissão Europeia.
Do lado oposto está a Lituânia com uma contração de apenas 2,2%, a menor em toda a União Europeia. Segue-se a Irlanda, e depois a Suécia e a Dinamarca.
Em 2021, Portugal deverá registar a terceira maior recuperação percentual do PIB, apenas superado por França e pela Croácia. Em média, os países da Zona Euro deverão crescer 5,2%.