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A realidade paralela da guerra vivida aos olhos da Russia Today, banida em Portugal

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A Russia Today está banida em Portugal. O canal estatal russo pinta uma realidade paralela da guerra vivida na Ucrânia.

O canal de televisão Russia Today (RT) está, entre outras, impedidas de transmitir no espaço europeu por tempo indeterminado. A decisão da União Europeia surge como parte de mais um pacote de sanções aplicadas à Rússia devido à invasão da Ucrânia.

O canal já não está disponível em Portugal, mas Alexandre Borges, cronista do Observador, assistiu a algumas horas antes do fecho de transmissão e pinta um retrato daquela que é uma realidade paralela da guerra vivida na Ucrânia.

Lá, a “operação militar” na Ucrânia não é escondida. As notícias sobre o assunto surgem em catadupa, num conflito que acontece entre o exército ucraniano e as forças independentistas — República de Lugansk e República de Donetsk.

O apoio do Ocidente é mencionado constantemente, seja dos Estados Unidos, da União Europeia ou da NATO.

O Presidente russo, Vladimir Putin, apesar de ser o principal percursor da invasão à Ucrânia, nunca aparece e quase não é mencionado. Quando é necessário referir alguém, o nome apontado é o de Sergey Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros.

Alexandre Borges realça ainda que a parte que passou de um discurso de von der Leyen foi a que reconheceu que as sanções à Rússia também terão impacto na Europa.

Apesar do Parlamento Europeu se ter esmagadoramente declarado do lado da Ucrânia e contra a Rússia neste conflito, o único trecho mostrado foi a intervenção de uma deputada do Alternative for Germany, um partido de extrema-direita, que culpa a NATO e a União Europeia pelo conflito.

“Porém, nada é feito no tom panfletário”, realça o cronista do Observador. Tudo tem um ar legítimo e nada é falado em russo, sendo que todas as transmissões são feitas em inglês bem falado.

Uma reportagem do canal mostrou também depoimentos de populares dos territórios separatistas, que culpam os “nazis” ucranianos pelo rasto de destruição. Crianças mortas, corpos decapitados e pessoas queimadas vivas são o cenário retratado pelos locais pró-russos.

Esta sexta-feira, o Parlamento russo aprovou uma lei que permite prender pessoas por 15 anos devido à partilha de “fake news” sobre a guerra na Ucrânia.

A redação da lei é tão ampla que se aplica não apenas a jornalistas e meios de comunicação, mas a qualquer cidadão que expresse a sua opinião.

ZAP //

12 Comments

  1. os verdadeiros democratas ocidentais.

    eu agradecia que me deixassem pensar pela minha cabeça e escolher o que vejo, leio e ouço.

    bem vindos a 1984, sempre estivemos em guerra com a eurasia.

  2. Graças à internet continuo a ter acesso à RT em inglês, e verifico que o seu noticiário e comentários são bastantes mais imparciais do que os que vemos e ouvimos nas nossas televisões. Aliás a cobertura da guerra pela televisão portuguesa é verdadeiramente vergonhosa. Salva-se um ou outro comentador, como por exemplo Bernardo Pires de Lima. Entretanto vamos ficando sujeitos à violação da nossa constituição, que garante a liberdade de imprensa. E já toda a gente se esqueceu da guerra nos Balcãs, contra a Sérvia, que foi igualzinha à que a Rússia faz agora na Ucrânia, e que foi muito aplaudida por aqueles que agora condenam a Rússia.

    • Não foi nada “igualzinha”. O que estava a acontecer no Kosovo era uma limpeza étnica. Nada vagamente parecido estava a acontecer na Ucrânia (a não ser para os tolinhos que acreditam na desvairada propaganda do Kremlin).

      Os países europeus tinha sido acusados de passividade ante as atrocidades cometidas na Bósnia e na Croácia. Para evitar que atrocidades semelhante

      • Quantos Kosovars é que foram mortos pelos sérvios? É que no Donbass os mortos eram já mais de 13.000…

      • A atribuição de responsabilidade pelas mortes numa guerra não se faz com contas de mercearia. Numa guerra a responsabilidade pelos mortos é repartida por todos os beligerantes, à exceção da morte deliberada de civis (o que constitui crime de guerra).

        No caso de Donbas, só ao início da guerra se pode atribuir, sem margem para dúvidas, responsabilidades. E essas vão todas para Putin. Foi por ordens e financiamento dele que a insurgência foi orquestrada.

  3. Fico estupefacto com os comentários que alguns manifestam . Servir-se do passado para caucionar a barbaridade actual . Tão reverentes que são com un Ditador , que se dá ao luxo de ameaçar tudo e todos , de INVADIR países Soberanos , rasgar as mais elementares regras Humanitárias, estabelecidas em caso de conflitos armados . Nada nem ninguém é perfeito , nem mesmo a nossa Democracia , mas não temos intenções bélicas em relação a outros Estados . Certos Indivíduos parecem estar sedentos por uma terceira guerra Mundial !

    • Passado? Não anda atento, Fale-me sobre o caso palestina e o que difere da Ucrânia.
      Vocês são manipulados pelos média e autorizados a exprimir uma raiva e moral seletiva.

      • O Sr . Por os vistos condena o que se passa no Médio Oriente , pode querer que também Eu , e muito mais ………………..Condeno qualquer acto bélico , seja ele onde ocorrer , mas de forma nenhuma legitimo un em relação a outro , pode querer que estou mais que “Atento” e consciente de aquilo que se passa ! … que esta (barbaridade) nunca venha bater a sua porta nem a minha !……..Atenciosamente Atento !

  4. Estamos a assistir ao objectivo final da campanha de russofobia que está em curso há mais de 2 anos.
    Temos andado a ser ‘lavados’ no cérebro para termos a reacção que está à vista.
    Há uma guerra em curso. E isso é, só por si, uma catástrofe.
    Mas a guerra principal que está a acontecer é a guerra de propaganda.
    Esta está a níveis incomparáveis com qualquer coisa que já tenha sido vista antes.
    Não estou a gostar disto. Receio que seja pronúncio de algo muito pior que se está a preparar.
    As pessoas têm memórias muito curtas em termos históricos (ou pelo menos, a maior parte das pessoas).
    Os que tiveram acesso a informação sobre campanhas se ‘propaganda’ de guerra em conflitos passados talvez se lembrem de ver aquelas coisas caricatas que os nazis faziam, personificando os judeus como ratos portadores de doenças. Ou os japoneses com dentes de vampiro, como se viam nos cartazes de propaganda dos americanos.
    Desumanizar um grupo específico é a melhor maneira de fazer as nossas audiências aceitarem e apoiarem as ‘maldades’ que nos preparamos para lhes fazer.

  5. Veja os números dos *relatórios oficiais* e que nem sequer são desmentidos pela Russia. As mortes foram cerca de 50% para separatistas e outros 50% para forças das Ucrania (principalmente polícias, nem sequer eram militares). Outro dado interessante é que dos habitantes dessa zona, só 12% pediram cidadania russa quando esta foi oferecida por esse país. Curiosidade: dos 13.000 mortos, 500 eram militares russos. O que fariam lá? Deixo ao seu critério a resposta.

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