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Rapazes portugueses votam 5 vezes mais na extrema-direita do que raparigas. Relatório explica porquê

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Portugal só fica atrás da Croácia na UE, segundo um novo relatório que analisou as tendências entre jovens abaixo dos 25 anos. Economia pode estar na base do fenómeno.

É esta a realidade de Portugal, que só fica atrás da Croácia na União Europeia (UE): por cada jovem do sexo feminino com menos de 25 anos que vota num partido de extrema-direita, 4,9 jovens do sexo masculino fazem o mesmo.

Os números são de um estudo de abril do European Policy Centre que mostram que Portugal apresenta o segundo valor mais alto neste parâmetro na UE e que o fenómeno pode ser explicado pela economia.

Estes partidos extremistas estão a conseguir, com cada vez mais eficácia, “capitalizar a frustração” associada à perda de um emprego e a independência financeira, segundo o relatório.

“O aumento do antifeminismo entre os jovens rapazes não é apenas uma reação ao feminismo, mas também o resultado de uma crescente precariedade — sobretudo entre os rapazes trabalhadores que não têm curso superior”, diz o autor da análise e analista político, Javier Carbonell.

Rapazes com menos de 25 anos são atraídos pela “visão tradicional de masculinidade” preconizada pelos movimentos de extrema-direita, e procuram por esse caminho contrariar um declínio “em termos de rendimentos, riqueza, emprego, poder de compra, nível de escolaridade e saúde mental”.

De acordo com os dados dos Estudos Eleitorais Europeus, 17,2% dos jovens homens votaram em partidos de extrema-direita nas eleições europeias de 2024, quase o dobro dos 9,5% registados entre as mulheres.

Se Portugal, Croácia e até Espanha mostram mais evidentemente este fosso, Lituânia, Roménia, Hungria e Luxemburgo apresentam rácios inferiores a 1.

O problema também reside em transformações estruturais que deixaram muitos homens jovens para trás, apontam os autores. A automatização, a crise do mercado imobiliário, o estagnação dos salários e a crescente dificuldade em alcançar mobilidade social são apontados como motores da radicalização dos jovens rapazes.

Em muitos países ocidentais, os homens mais jovens estão agora mais afastados do mercado de trabalho do que as mulheres da mesma faixa etária — uma inversão histórica das dinâmicas laborais.

Na educação, a tendência é igualmente desfavorável aos homens: na União Europeia, 48,8% das mulheres entre os 25 e os 34 anos têm um diploma universitário, face a apenas 37,6% dos homens.

O autor defende, assim, políticas económicas que melhorem o acesso dos jovens à habitação, à estabilidade laboral e a melhores salários e sublinha a necessidade de “redefinir a ideia de masculinidade”, cita o Público, com modelos mais saudáveis, inclusivos e compatíveis com a igualdade de género, promovidos por exemplo por campanhas que abordem a saúde mental masculina, combatam a violência baseada no género e incentivem os homens a abraçar a vulnerabilidade emocional.

ZAP //

9 Comments

  1. É normal que o homem branco heterossexual seja mais recetivo ao discurso da extrema-direita. É uma reação a ser o saco de pancada de tudo o que é movimento ativista.

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  2. O futuro a eles pertence, aprendam com eles e quem sabe, eu apenas confirmo a tendencia…
    Para muitos a dita “extrema direita”, é só o único partido de direita em Portugal, defende valores e meritocracia,….imigração controlada,…
    Nota, licenciado, os estudos sempre a tentar rebaixar quem vota no CHEGA (de analfabetos, a revoltados, ou …) valem zero!

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  3. Tantas tretas nesta notícia…
    Eu sou rapaz, mas não sou da (extrema) direita. Sou do PSD.

    A generalização, aqui neste “excremento noticioso”, é ridícula. E continuam a não falar na extrema-esquerda, em quem as RAPARIGAS portuguesas VOTAM. Oh, disso ninguém fala, pois não? 😉 Não convém… a esquerdalhada tem que continuar a alimentar a sua vitimização.

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    • Como é que com cerca de 20,5% podemos falar em generalizar?
      A pensar dessa forma, o Chega teve a generalidade dos votos nas últimas eleições, certo?
      Conheço muitos que se queixam de serem mal pagos enquanto que as patroas são mais bem pagas. Em vez de se queixar deveriam fazer o que elas fizeram, estudassem!
      Isto de querer ter um bom ordenado sem qualquer esforço……

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    • A esquerda parece ter esquecido o poder do risco, da criação, da ambição colectiva. Cedendo à fragmentação e ao purismo ideológico, perdeu a capacidade de propor um sentido comum que mobilize — não apenas por compaixão, mas por grandeza. Ser de esquerda não pode significar viver permanentemente em contenção, numa ética do poucochinho, como se aspirar a mais fosse traição. É preciso imaginação, ousadia. É preciso coragem para falar ao coração humano — com ideias novas, mas também com alma. Isso não é a esquerda, mas a direita. Política é disputa de sentido. E quem abdica de oferecer sentido, deixa o terreno livre para quem oferece caminhos novos e com significado.

    • Estúpido pareces tu (Olha, Olha) que não tens a mínima competência para tirar uma conclusão justificativa para este facto. Aliás pertences ao grupo dos incompetentes, comandado pelo barbas do PS

  4. A extrema-direita oferece uma ideia simplificada mas emocionalmente potente de pertença, de ordem, de identidade. Fala com a linguagem da urgência, da autoridade e da promessa de grandeza. E para muitos rapazes, esse discurso responde a um anseio profundo: o de não serem invisíveis num mundo que tantas vezes os trata como descartáveis.

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