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Rangel “é um turista do carago”. SMS atestam que Vieira usou Benfica em “benefício pessoal”

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Tiago Petinga / Lusa

O presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira

Luís Filipe Vieira é um dos acusados da Operação Lex, com o Ministério Público (MP) a alegar que o presidente do Benfica utilizou o clube em “benefício pessoal” para obter uma cunha do juiz Rui Rangel.

O presidente do Benfica está acusado de um crime de recebimento indevido de vantagem por ter, alegadamente, oferecido a Rui Rangel bilhetes para jogos do Benfica em Portugal e no estrangeiro, bem como convites para o camarote presidencial e viagens com tudo pago para assistir às partidas do clube fora do país.

O despacho de acusação da Operação Lex argumenta que Vieira pretendia com essas supostas ofertas obter a ajuda do juiz no âmbito de um processo que uma das suas empresas tinha pendente no Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra, relacionado com uma dívida fiscal.

Em causa estava o pagamento de 1,6 milhões de euros relativos ao IRS de 2011, no âmbito de mais-valias obtidas em 2010. Em 2019, Vieira acabaria por ver a justiça dar-lhe razão, decidindo a anulação parcial da liquidação daquele valor.

“Pelo menos desde o ano de 2014, que os arguidos [Vieira, Fernando Tavares, vice-presidente do Benfica, Jorge Barroso, vice-presidente da Fundação Benfica, e Rangel] fizeram uso das vantagens que o SLB [Sport Lisboa e Benfica] reserva para os seus sócios e/ou para pessoas notáveis, vantagens de que os arguidos se socorreram para lograrem alcançar benefícios de carácter estritamente pessoal e totalmente alheios ao SLB”, salienta o MP no despacho de acusação a que o Correio da Manhã teve acesso.

Do processo fazem parte escutas telefónicas, bem como SMS trocadas entre alguns dos arguidos, nomeadamente entre Vieira, Rangel e Jorge Barroso.

Numa das mensagens trocadas por telefone, Rangel chegou a queixar-se de Vieira por este não lhe garantir bilhetes para a tribuna presidencial, ameaçando que isso o deixava sem vontade de resolver “os problemas dele” e criticando o facto de aquela zona VIP do Estádio da Luz estar sempre cheia com os “mesmos chulos de sempre”.

Já Vieira refere-se a Rangel como “um turista do carago” numa conversa telefónica com Jorge Barroso.

Os indícios recolhidos levam o MP a alegar que “todas as ofertas efectuadas a Rui Rangel foram benefícios, proveitos indevidamente recebidos“, “sem qualquer justificação na sua atribuição, ofertados por Luís Filipe Vieira, Jorge Barroso e Fernando Tavares, como forma de garantirem que Rui Rangel iria obter informações privilegiadas, referentes ao processo pendente no Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra, e influenciar o andamento desse processo, no sentido da sua aceleração, tal como era pretensão de Luís Filipe Vieira”, conforme transcreve a Visão.

“Esta acusação não é nada”

Vieira ainda não reagiu em nome próprio à acusação, mas o seu porta-voz, António Cunha Vaz, já referiu, em conferência de imprensa, que esta acusação “não é nada”.

“Esta forma de acusar é vergonhosa”, frisou ainda Cunha Vaz, notando que “parece que é feita de propósito para falhar”.

“Se é verdade que houve um juiz que recebeu dinheiro, recebeu de uma pessoa que desapareceu do processo”, atirou ainda o porta-voz de Vieira, realçando que o presidente do Benfica está de “consciência tranquila”.

Vieira arrisca uma pena de prisão até três anos ou uma multa de 360 dias pelo crime de oferta indevida de vantagem.

ZAP //

6 Comments

  1. Vai-se embora ó Vieira, que não deixas saudades! Outro para presidente, que seja HONESTO e competente. Já chega de lamaçal neste clube centenário.

  2. Sou um simples coveiro e penso desempenhar com dedicação e zelo o meu trabalho. Trato todos por igual e com o mais sublime respeito pelo cadáver (antiga casa do seu EU). Logicamente sem discriminação racial ou de qualquer outro tipo, mesmo quando seja individualidade com títulos académicos ou honoríficos, assim como também não tendo em conta o seu património monetário e ou outros respeitantes a riqueza ou pobreza, pois a minha missão é simplesmente enterrar e enterrar bem. Confesso a todos tratar por igual, e que é uma missão que há 36 anos faço dela bandeira de orgulho profissional. Sem qualquer tipo de brejeirice, dou a minha sentida palavra, que ainda nenhum por mim enterrados se queixou, nem houve críticas de imparcialidade ou desleixo profissional. Como não há bela sem senão, apenas uma das vezes e que depois da cova estar coberta, vi-me na contingência de desenterrar um destes infortunados clientes. Tinha-me faltado a carteira. Afinal nunca me tinha acontecido, mas a mesma estava no bolso do defunto, um cigano que por casualidade só tinha sido cliente daquela vez. Ganho o vencimento mínimo nacional e tive de apresentar provas e conhecimento, habilitações literárias e exames médicos e psicológicos. Também é exigida uma compleição física em conformidade com a profissão. Ao invés, o meu patrão (o Presidente da Câmara) é um lingrinhas e nem sabe quase escrever, e nem lhe exigiram exames médicos e sei que tem asma. Entro muito depois de mim e ganha muito mais e anda de automóvel à borla, quero dizer que não o comprou, não gasta em combustível, nem seguro, nem em inspeções, nem em revisões, pneus, óleo e filtros e demais peças consumíveis ou não, até dizem que não tem carta. Acho que é mentira e difamação, pois quando vai de carro vai sempre às curva, o que indica que aprendeu a fazer curvas. Quando bate a Câmara paga. Como disse sou coveiro e tenho apreço pelos senhoras e senhoras do futebol, da política, advogados, juízes com ou sem ele (juízo). Por tal motivo não me importo de trabalhar para todos sem cobrar um tostão, além de que o farei com imparcialidade confessa, de o fazer o com PRAZER, o que não acontece com os restantes. Também gostava de enterrar o meu patrão e que penso ser uma obrigação e atenção que lhe devo. Mais digo que durante estes 35 anos de serviço neste cemitério e que enterrei um sem conta de corpos e que do mesmo modo fiz a exumação de outros tantos, digo sinceramente que todos os corpos estavam dentro da respetiva urna e que nenhum tinha ido para o céu, inferno ou purgatório. Estavam todinhos no mesmo sítio. Acreditem que se algum faltasse era uma grande bronca para mim porque os teria deixado fugir…

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