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Ramalho Eanes acusa o Governo de subaproveitar o Hospital Militar de Belém

Presidência da República

Ramalho Eanes, antigo Presidente da República.

Ramalho Eanes, ex-Presidente da República, encabeça um artigo de opinião, publicado no Observador, onde critica o Governo por, durante a pandemia, ter subaproveitado as instalações do Hospital Militar de Belém (HMB), numa “operação de cariz mediático”.

De acordo com o artigo de opinião, assinado por Ramalho Eanes, e outras personalidades portuguesas, o Executivo acabou por “gastar muito, para pouco”, transformando o hospital “num depósito de retaguarda”.

Os vários autores referem ainda que a não reativação do Hospital para tratamento de doentes covid “foi, seguramente, motivo de uma menor capacidade de resposta à pandemia na região de Lisboa, contribuindo para a não recuperação e consequente falecimento de muitos doentes”.

De recordar que o Centro de Apoio Militar Covid-19, montado no Hospital Militar de Belém, começou a receber doentes em junho de 2020, dois meses depois de ter sido montado.

No artigo de opinião, é exaltada a capacidade do Hospital Militar de Belém, no que toca ao combate de doenças infeciosas, que na época da sua construção “enobreceu a história da medicina portuguesa e da saúde militar”.

No entanto, com o evoluir da pandemia, foi proposta a reativação do ex-HMB como o unidade de apoio de retaguarda com a intenção de instalação de 150 camas para doentes em recuperação e convalescença.

No artigo pode ler-se que numa carta endereçada a António Costa, foi pedida uma recuperação integral do hospital, à qual não houve resposta, prosseguindo apenas uma reabilitação parcial das instalações.

Ainda assim, a crítica maior está no facto de o HMB ter servido apenas para unidade de retaguarda e não para o “tratamento de doenças infeciosas, no caso presente, para doentes covid-19, qualquer que fosse o índice da sua gravidade”.

O documento vai mais longe e diz que a não reativação esteve “seguramente” na causa de uma menor capacidade de resposta na região de Lisboa.

“Se tivesse sido recuperado oportunamente”, a doentes com repercussões clínicas pós-infeção que exigem reabilitação “orgânica, psíquica e motora”, pode ler-se.

Numa vertente mais económica, não são poupadas as críticas aos gastos nas obras de reabilitação de três dos cinco pisos do antigo Hospital Militar, que excederam em três vezes mais o custo previsto de 750 mil euros, ascendendo aos 3,2 milhões de euros.

Além de Ramalho Eanes, entre os autores do artigo estão o Bispo do Porto, ex-bastonários, elementos das forças armadas, profissionais de saúde, advogados, professores e investigadores.

ZAP //

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