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Hitler expulsou os soldados judeus há oito décadas. Agora, um rabino junta-se ao exército alemão

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No início da Segunda Guerra Mundial, Hitler expulsou os judeus das Forças Armadas na década de 1930. Agora, Zsolt Balla irá assumir o cargo de rabino-chefe do exército alemão.

Mais de 80 anos depois, aquilo que seria impensável está prestes a acontecer. Se a presença de soldados judeus no exército alemão, durante o Holocausto, era um cenário impossível, agora a Alemanha está prestes a fazer história ao colocar um rabino à frente das suas Forças Armadas.

Zsolt Balla fez o seu juramento num sinagoga em Leipzig, no leste da Alemanha, e as autoridades do país esperam que a sua nomeação frise o caráter diversificado e recetivo das Forças Armadas modernas do país.

Contudo, o acontecimento surge numa altura em que têm havido vários escândalos associados a grupos de extrema direita dentro do exército e da polícia alemães, o que tem feito crescer os níveis de anti-semitismo em todo o país.

De acordo com a CNN, os crimes anti-semitas aumentaram 15,7% no ano passado, com quase todos os incidentes a serem motivados pelo extremismo de direita, apontam dados do Ministério do Interior Federal.

O mesmo jornal noticia que, na semana passada, uma unidade separada de elite da polícia estadual – a SEK – foi dissolvida, depois de os oficiais terem glorificado os nazis num grupo de conversas online.

Passados quase 90 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a descriminação racial e religiosa continua a preocupar o país e Balla quer trazer o problema à tona. “Acho que todas as pessoas responsáveis deveriam preocupar-se com esta questão”, refere o rabino, que é filho de judeus sobreviventes ao Holocausto.

Prestes a entrar no exército alemão, Balla acredita que pode fazer a diferença, mas frisa que os rabinos militares não vão “resolver todos os problemas numa semana”.

Ainda assim, considera que é importante “trabalhar com uma visão para o futuro, de como queremos que a sociedade alemã e o Bundeswehr sejam dentro de uma década”.

A última vez que os rabinos fizeram parte das Forças Armadas da Alemanha foi durante a Primeira Guerra Mundial, quando cerca de 100.000 soldados judeus lutaram pelo seu país.

Os judeus foram proibidos de servir nas Forças Armadas quando Hitler assumiu o poder, em 1933. A decisão foi um do primeiros esforços dos nazis para os eliminar da vida pública.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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2 Comments

  1. Interessante que este tipo de notícias culpa sempre a extrema direita sendo que tem havido um aumento de ataques por parte de povos semitas, nomeadamente árabes.

  2. O título não é de todo verdade, existiram imensos judeus a combater na wermacht durante a segunda guerra. Lide o livro “Hitler’s jewish soldiers”.

    A alemanha nazi e a segunda guerra são assuntos imensamente complexos que se teimam em simplificar com “o Hitler não gostava de judeus”.

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