“Quieta para não me levarem para a salinha”. Governo alarga inquérito ao SEF

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O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, determinou o alargamento do inquérito às denúncias de alegada violência e maus tratos nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa, foi hoje anunciado.

Em comunicado, o Ministério da Administração Interna avança hoje que o inquérito, aberto em 30 de novembro pela Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), vai ser alargado no seguimento de novas denúncias de alegada violência e maus tratos.

A decisão tem por base as denúncias noticiadas este sábado pelo Diário de Notícias e, também, pelo Expresso na sua edição de sexta-feira”, esclarece a tutela. O inquérito determinado pelo ministro teve por base denúncias sob anonimato de uma cidadã brasileira, divulgadas na edição de 28 de novembro do Diário de Notícias.

Depois de essa primeira testemunha ter narrado ao jornal o “terror e violência no centro de detenção onde Ihor morreu”, a edição deste sábado do Diário de Notícias vem confirmar esse relato com novos testemunhos, “desta vez com nome e cara: estão fora de Portugal, não temem represálias”.

Diziam para ficar quieta para não me levarem para a salinha“, relata ao DN uma destas testemunhas, brasileira de 36 anos que esteve 4 dias no espaço do Aeroporto de Lisboa onde o SEF coloca os estrangeiros a quem recusa entrada no país, que garante que assistiu a situações de agressões na sala onde Ihor Homeniuk terá sido espancado.

“Um dia levaram-nos para um quartinho escuro que tem lá, uma salinha pequena. E apanharam de mais. Muito muito. Só escutava alguns gritos porque eles tinham tudo fechado, não se ouvia bem. Apanharam durante o dia e depois foram lá buscar eles de noite também”, conta a testemunha ao Diário de Noticias.

Ihor Homeniuk terá sido vítima das violentas agressões de três inspetores do SEF, acusados de homicídio qualificado, com a alegada cumplicidade ou encobrimento de outros 12 inspetores. O julgamento deste caso terá início em 20 de janeiro.

Nove meses depois do alegado homicídio, a diretora do SEF, Cristina Gatões, demitiu-se na semana passada, após alguns partidos da oposição terem exigido consequências políticas deste caso, tendo Eduardo Cabrita considerado que esta “fez bem em entender dever cessar funções” e que não teria condições para liderar o processo de restruturação do organismo.

Esta sexta-feira, o ex-comandante-Geral da GNR, tenente-general Luís Botelho Miguel, foi nomeado como novo diretor do SEF – uma nomeação que recolheu já diversas críticas.

ZAP // Lusa

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8 Comments

  1. Quando as memórias são curtas o resultado nunca pode ser bom. O SEF foi criado apenas 7 meses depois da “abrilada” de 1974, em 22 de Novembro de 1974. Como de há muito vinha sendo tradição em Portugal, já desde o tempo da Monarquia, as polícias criminais, sem nenhuma exceção, integram ou têm um corpo próprio de psicopatas, criminosos, ladrões, tarados de todas as estirpes, normalmente recrutados nas prisões, mas também fora delas e, outras vezes, contrato direto, puro e simples, de mercenários de diversas origens, para fazerem o trabalho sujo, quando acham que isso é a melhor solução ou, simplesmente, quando lhes dá na real gana e pegam com uma qualquer pessoa, mesmo nacionais. Ora o SEF, a seguir a Novembro de 1974 não tinha gente treinada e foi abastecer-se nos quadros da ex-pide DGS, onde abundavam homens e algumas mulheres da mais baixa extração e com vários crimes de sangue às costas. E isso continuou a ser prática pelo tempo fora. Por isso, o sr. ministro cabrita que, com um bocadinho mais de ética, já teria ido embora, não tem que ficar zangado, quando um sr. major general (creio que era essa a patente do sujieito) veio falar numa única polícia nacional, no seguimento de uma conversa com o Sr. Presidente da República. Seria ótimo que isso acontecesse, mas só depois de uma formação muito exigente e com pessoas, a toda a prova, equilibradas. A casa vai ter que ser limpa de infra-humanos, jagunços e mercenários.

    • Cada vez mais, me convenço que PT sempre foi um covil de gente reles.
      Há pouco tempo foi noticiado que apos analsies recentes ao ADN os Vikings não eram Louros nem tinham olhos azuis, eram do Sul de Europa, os tais Marinheiros de sempre.
      PT da comunada, é um Regime de Fariseus. Uns tolos que com uma Farda, um Cracha já se sentem Justiceiros de “alto nivel” a mostrar a superioridade tem a Violencia Fisica.
      Mas a Violencia tuga não se fica só pela fisica, és mais subtil, é a Violencia Psicologica.
      Este País não se recomenda a ninguem,assim como a China e os outros Covis de Anoramis das Ditaduras de Fariseus da Justiça. Até pregaram um Inocente numa Cruz e tudo.

  2. Não dá só tenho a dizer este partido socialista tira daqui e coloca aqui, se não serve para isto também não pode fazer isto porque fico sempre desconfiado, isto a escrever o que quero dizer não conseguia, como tal quero democracia e não socialismo, tenho medo “Venezuela” quero ver ricos milionários para me dar garra para ter o mesmo e lutar por mais e não sermos todos os mesmos, faço-me entender?.

  3. Portugal ‘e velho, arrasta sempre nas suas filheiras de controlo e politicos… a velha guarda, os amigalhacos para sempre…
    Mudam se aqui e ali para dizer, mudamos o sistema…mas as caras sao as mesmas…
    o tuga ‘e pobre cuitado pensa que ‘e esperto mas sobrevive… manda seus filhos para estrangeiro…’e tradicao…
    Agora esta na moda apoiar os que veem, o imigrantes…os que ca estao que se aguentem…
    Falarem em desigualdades mais do que estas???
    onde esta democracia…onde esta Estado…os governos andaram e andam desorientados como baratas todas a roubarem literalmente o sistema…
    Esta malta esperta paga alguns informaticos no desemprego para virem comentar tudo e todos ou seja desinformar e criar contra informacao…se isto ‘e legal, claro…’e aldeia de loucos….uns controem outros botam a baixo…

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