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Diretora do SEF demite-se

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Mário Cruz / Lusa

A diretora do Serviço de Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Cristina Gatões, pediu demissão do cargo, anunciou esta quarta-feira o Ministério da Administração Interna em comunicado.

Cristina Gatões “cessa funções a seu pedido e com efeitos imediatos”, pode ler-se na nota citada pelo Observador. “O processo de reestruturação do SEF, que agora se inicia, vai ser coordenado pelos Diretores Nacionais Adjuntos José Luís do Rosário Barão – que assume a função de Diretor em regime de suplência – e Fernando Parreiral da Silva”, lê-se ainda.

A demissão da diretora do SEF surge um dia depois de o PSD ter exigido ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que fizesse imediatamente “mudanças estruturais” no SEF, avisando que se não o fizesse deveria abandonar as suas funções no Governo.

Esta posição foi transmitida à agência Lusa pelo deputado Duarte Marques em nome do Grupo Parlamentar do PSD e surge sobretudo em consequência da reação da cúpula do SEF ao caso da morte de um cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa, pela qual já foram acusados três inspetores deste serviço de segurança.

Em declarações à agência Lusa nesta terça-feira, o deputado Duarte Marques afirma que o PSD “encara com preocupação” a situação atual no SEF.

“Está em causa a falta de ação e a falta de decisões por parte do ministro da Administração Interna para fazer mudança estruturais” neste serviço de segurança “e para remover imediatamente uma direção que tem acumulada problemas, contradições e situações que envergonham aqueles que prezam o Estado de Direito e o respeito pelos Direitos Humanos”, acusa o antigo líder da JSD e deputado eleito pelo círculo de Santarém.

De acordo com a SIC Notícias, Cristina Gatões estava sob forte pressão no SEF, especialmente depois de ter sido anunciado que os cidadãos estrangeiros alojados nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa passariam a ter um “botão de pânico”.

“Por forma à salvaguarda do cidadão instalado, os quartos individuais encontram-se apetrechados com botão de pânico que sempre que ativado, obriga ao seu registo em relatório, com indicação de hora e motivo que determinou a sua motivação e comunicação da mesma ao responsável da EECIT”, refere o novo documento.

De acordo com o Diário de Notícias, a medida está prevista no novo regulamento do Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária (EECIT) e surge na sequência do homicídio do cidadão ucraniano, pelo qual três inspetores já foram acusados.

Ihor Homenyuk morreu a 12 de março no Centro de Instalação Temporária do aeroporto de Lisboa, dois dias depois de ter desembarcado, com um visto de turista, vindo da Turquia. Segundo a acusação do MP, o cidadão foi levado para uma sala de isolamento, na anterior planta do EECIT, amarrado e agredido até à morte por três inspetores.

Os inspetores do SEF foram detidos no final de março e encontram-se em prisão domiciliária por causa da pandemia de covid-19.

No final de setembro foram acusados e vão responder, cada um, por um crime de homicídio qualificado em coautoria e crime de posse de arma proibida.

ZAP // Lusa

27 Comments

  1. Um verdadeiro emplastro. Como é possível assassinar uma pessoa em pleno aeroporto e aqueles dois (directora e ministro) assobiarem para o lado!!!?

  2. Interessante seria observar o que é que a seguir vai acontecer à directora demissionária. Onde será que ela vai estar daqui a uns meses?

  3. Fez bem mas as bestas que fizeram o mal ficam ou vão também embora? Não sou apologista de demissões mas sou a favor de quem erra que emende o que errou, o quem abusa da autoridade que lhe é conferida seja julgado e condenado, ou seja as bestas que “mataram” o homem é que deviam ser julgadas e condenadas, demissões nunca desde há mais de 40 anos resolveram coisa alguma apenas muda o ocupante da cadeira o resto fica igual ou pior.

      • Continuamos a pedir a demissão de ministros diretores etc.etc como desde há 40 anosa para cá como se os criminosos fossem os ministros e diretores e não os verdadeiros criminosos, ainda vou ver um dia eles serem condecorados

      • Eu nunca pedi qualquer demissão – pedi responsabilização!!
        Os criminosos estão em prisão domiciliária com pulseira eletrónica (só não estão detidos devido ao Covid) e acusados de homicídio.
        .
        No caso do ministro, ele é mesmo o piorzito que passou pelo MAI e devia ter sido substituído logo no início, quando se percebeu a nulidade que é…

  4. Está demissão é tão importante como o tal botão de panico – serve exactamente para NADA!!
    Os problemas não se resolvem só com a troca de cadeiras…
    Não directamente relacionado com isto, mas o ministro é que já devia ter ido de vela há muito – nunca devia sequer ter sido nomeado!!

  5. Já tem novo tacho à espera:

    “SEF sob pressão. Ministro prepara saída de luxo para diretora nacional”.
    “Eduardo Cabrita pretende nomear Cristina Gatões para oficial de ligação para a imigração em Londres, um cargo que será criado para apoiar a comunidade portuguesa no Reino Unido no processo do Brexit. O salário médio destes oficiais de ligação é de cerca de 12 mil euros mensais”

    https://www.dn.pt/edicao-do-dia/05-nov-2020/sef-sob-pressao-ministro-prepara-saida-de-luxo-para-diretora-nacional-12994160.html

      • Qual é a novidade?
        Achavas que ela ia para o desemprego, não?
        Ela demitiu-se de um cargo quando, certamente, já tinha outro em vista.
        É tão comum em situações semelhantes pelo mundo fora que é curioso ver alguém estranhar…
        Em muitos casos, ter outros a pedir a sua demissão até é um favor – porque saem sem qualquer responsabilização em vez de ficar e resolver os problemas!!
        .
        Até os que são mesmo demitidos pelo alicinado do Trump, saem de um cargo para outro – não ficam desempregados ou vão para debaixo da ponte!…

    • Era quase óbvio que, como é costume nas demissões em qualquer parte de mundo, só mudam de um lugar para outro (o chamado “para inglês ver”!) – e muitas vezes até é para melhor!!

  6. Se fosse em tempos de governo PSD, isto não iria acontecer, ou seja, havia licença para matar e ninguém ficava com a culpa nem seria despedido a não ser o varredor do corredor

  7. A incompetência em Portugal, desde que acompanhada do cartão partidário certo, leva as pessoas longe na vida. É uma vergonha total. Isto é apenas a ponta do icebergue. Conheço imensas situações de profundos incompetentes em cargos de topo. Depois admirem-se que o CHEGA vá engordando.

  8. Uma vergonha para o país e para a instituição, eu próprio em 1984 por reclamar a devolução de mil e tal escudos que tinha direito como troco, na fronteira de Vilar Formoso fui molestado oralmente por um oficial “tenente coronel” que acabou por ofender todos os que estavam à minha volta, uma besta autêntica que se imaginava dono daquilo tudo, valeu-me na altura outro oficial que veio repor a verdade e deixou a besta de boca aberta.

    • E neste caso foi a decisão do médico de chamar a PJ após suspeitar que não estava a ser contada a verdade sobre a causa de morte…. Provavelmente já o “tiraram de circulação”, digo eu…
      Parece até que aos criminosos não foi dada uma cela para passar os dias mas o conforto da sua casa, sem mesmo a pulseira electrónica….

      • É tudo um compadrio e corrupção, nunca vi tanta fartura desta, neste país, iliminam-se os bons e promovem-se os maus, apanhando-se com um pouco de poder imaginam-se donos disto tudo!

  9. O Ministro da Administração Interna deveria no inicio ir para casa aquecer os pézinhos e não ser o MAI que só tem feito MERD… Quem o apoia é os bandidos, agressores ect…

  10. Coitadinha da Cristina Gatões, vai ser despedida, e agora o que ela vai fazer???, já sei… vai limpar escadas, como novo emprego, ha ha ha

  11. Cada vez sou mais obrigado a concordar com aquelas pessoas que dizem que portugal ja nao e um Pais, mas sim um local mal frequentado a beira Mar

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