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Quase um terço das offshore do Panama Papers teve origem na China

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Quase um terço das empresas offshore expostas pelo caso Panama Papers teve origem em Hong Kong e na China continental, segundo novos dados revelados hoje pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ).

No conjunto, os escritórios na China da Mossack Fonseca, empresa alegadamente envolvida em esquemas de evasão fiscal, criaram 16.300 empresas de fachada, ou 29% do conjunto mundial.

De acordo com o jornal britânico Guardian, que fez parte da investigação, familiares de oito membros da elite do Partido Comunista Chinês foram relevados pela investigação aos Panama Papers.

Entre os familiares ou pessoas próximos de altos responsáveis chineses envolvidos figura Deng Jiagui, o marido da irmã mais velha do atual Presidente Xi Jinping.

Após ascender ao poder, em 2012, Xi lançou uma mediática campanha anticorrupção, enquanto reprimiu ativistas e dissidentes que exigiam maior escrutínio sobre os titulares de cargos públicos.

Familiares de Zhao Gaoli e Liu Yunshan, atuais membros do Politburo do PCC, criaram também empresas de fachada, revelou o ICIJ.

O Guardian implicou ainda familiares do ex-primeiro-ministro chinês Li Peng, que integrou a sangrenta repressão do movimento pró-democracia da Praça Tiananmen, em 1989.

Entre os nomes chineses envolvidos, consta ainda Chen Dongsheng, o marido de uma das netas de Mao Zedong, o fundador da República Popular da China,

Chen foi dono da Keen Best International Limited, uma firma com sede nas Ilhas Virgens Britânicas.

A investigação da ICIJ abrangeu 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da Mossack Fonseca, que conta com uma carteira de clientes prestigiados, entre os quais responsáveis políticos ou personalidades de primeiro plano do desporto ou da cultura.

De acordo com o ICIJ, pelo menos oito atuais ou antigos membros do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês, a cúpula do poder na China, terão colocado os seus bens em empresas offshore.

No “Índex de Transparência” de 2015, que avalia o nível da corrupção em 168 países, a China figura em 83º lugar.

No ano passado, o país asiático registou uma massiva fuga de capitais privados, apesar das restrições cambiais impostas por Pequim. A economia chinesa registou no mesmo período o menor crescimento dos últimos 25 anos.

A criação de empresas offshore não é ilegal, apesar de visar frequentemente o branqueamento de capitais ou a evasão fiscal.

Agência Brasil

6 Comments

  1. Nada me admira o envolvimento de altos dirigentes chineses neste esquema fraudulento e vergonhoso. Num país regido por um capitalismo de estado centralizador e prepotente, em que as ideias de justiça social, igualdade e vanguarda popular foram totalmente obliteradas, não é de estranhar tais comportamentos.

  2. Façam como o wikileaks ponham os papeis todos cá fora e nós logo decidimos quem são os mais maus e os menos bons. já tiveram um ano pra filtrar toda a informação não nos queiram agora dizer o que havemos de pensar disto tudo.

  3. Sou só eu que acho estranho que não haja americanos nestes Panamá papers? Será que não têm dinheiro escondido nos offshores? Nem um nome conhecido só uns zés ninguém… Curioso que todo este caso incida maioritariamente nos russos e nos chineses… até é de estranhar não terem encontrado nenhum cubano, talvez exista mas como vive em Miami não foi incluído na lista. Isto a cima de tudo cheira a esturro, cheira a operação económica com fins estratégico políticos. Queimam uns testas de ferro, aproveitam para generalizar um ataque ideológico massivo. Sou completamente contra os offshores e em vez de fogo de artifício para distrair a populaça deviam era acabar de vez com os offshores de uma vez

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