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Quase 4.000 idosos agredidos em três meses

Entre janeiro e março deste ano, a PSP identificou 3778 vítimas de agressão em 3684 casos de violência contra idosos, escreve o Jornal de Notícias.

De acordo com o diário, que avançou com os números na sua edição impressa deste sábado, no ano passado, o número total de idosos agredidos foi de 16.206 em 15.997 processos abertos, atingindo assim uma média de 44 casos por dia.

Na prática, e segundo explicou uma responsável da APAV, a subida pode não refletir um aumento das situações de violência, mas antes uma subida no número de denúncias.

O aumento de “não significa automaticamente mais crime ou situações de violência, pode significar também que existe um aumento da sensibilização para a temática e uma maior visibilidade do fenómeno”, disse Marta Carmo, jurista da APAV, citada pela TSF.

De acordo com a APAV, na maior parte dos casos, o agressor ou é um filho ou um cuidador, o que leva a crer que “as cifras negras são bem maiores do que se possa imaginar”, apontou a associação em declarações ao JN.

“Na verdade, muitos familiares são os chamados cuidadores informais e temos situações em que o familiar é quem cuida da pessoa idosa mas é também o agressor”, apontou ainda Marta Carmo.

Em 2018, a associação realçou que, nos 926 casos que recebeu, 76,5% das vítimas são do sexo feminino, 70,1% são reformados, 43,4% são casados, 24% viúvos e têm uma idade média de 75 anos. Perto de 30% desses idosos apoiados vivem com os filhos.

Em reação a estes números, a Procuradoria-Geral da República garante que a “violência contra idosos é uma área de intervenção prioritária do Ministério Público” e que a “realidade merece particular atenção”.

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