Putin vai fazer uma visita perigosa

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EPA/GRIGORY SYSOEV / SPUTNIK / KREMLIN

Vladimir Putin

Mongólia faz parte do TPI, que emitiu um mandado de detenção contra o presidente da Rússia – que “sentiu o golpe” da invasão ucraniana.

O Presidente russo, Vladimir Putin, vai visitar na terça-feira a Mongólia, Estado-membro do Tribunal Penal Internacional (TPI), que emitiu um mandado de detenção contra o líder do Kremlin por “deportação ilegal” de crianças ucranianas.

“O senhor Putin fará uma visita oficial à Mongólia no dia 3 de setembro”, revelou esta quinta-feira o Kremlin em comunicado.

Na Mongólia, o chefe de Estado russo vai “a convite do Presidente mongol, Ukhnaa Khurelsukh, segundo o Kremlin, “participar nas comemorações do 85.º aniversário da vitória conjunta das forças armadas soviéticas e mongóis sobre os militaristas japoneses” durante a Batalha de Khalkhin Gol.

Os dois líderes agendaram conversações e “discutirão as perspetivas para o desenvolvimento das relações russo-mongóis”.

Esta será a primeira viagem do Presidente russo a um Estado signatário do Estatuto de Roma desde que o TPI emitiu um mandado de captura contra Putin, em março de 2023.

A Mongólia assinou o Estatuto de Roma em 2000, antes de o ratificar em 2002.

Cada estado-membro é obrigado a prender qualquer pessoa no seu território que seja objeto de um mandado de detenção do TPI, como é o caso de Vladimir Putin.

Mas, já nesta sexta-feira, o Kremlin assegurou que não está preocupado com esta estreia: “Não há preocupação. Mantemos um excelente diálogo com nossos amigos mongóis”, disse aos jornalistas o porta-voz Dmitri Peskov.

O Kremlin sempre rejeitou firmemente as acusações do TPI contra o Presidente russo e contra Maria Lvova-Belova, comissária para os direitos da criança do Kremlin, devido à deportação de crianças das regiões ucranianas ocupadas por Moscovo na sequência da invasão lançada em fevereiro de 2022.

No entanto, Putin teve o cuidado de, durante quase um ano e meio, evitar viajar para o estrangeiro, por exemplo, faltando à cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na África do Sul, em agosto de 2023, e depois à cimeira do G20 na Índia, em setembro do mesmo ano.

Por outro lado, visitou a China em maio, a Coreia do Norte em junho e o Azerbaijão em meados de agosto, mas nenhum destes países é membro do TPI.

“Sentiu o golpe”

Na actualidade da guerra, continua a invasão da Ucrânia a Kursk, para tentar desviar o foco dos militares russos.

“Usando o termo mais popular, Putin sentiu o golpe“, analisa Cristina Pecequilo, professora de relações internacionais.

Na Globo, a especialista salienta que o presidente da Rússia sempre foi idolatrado por não deixar nenhum país entrar em solo russo.

“Toda a construção da imagem interna de Putin é feita com base na não vulnerabilidade do território russo e na ideia de que essa guerra na fronteira não vai afetar o dia a dia da população russa, principalmente na capital Moscovo e em regiões que tradicionalmente são preservadas”, afirmou Cristina.

“Qual é o problema? Mesmo quando tens essa invasão numa região mais distante, uma região que é territorialmente pequena, atinges justamente a credibilidade de Putin e a promessa de que a guerra não afetaria todo o território russo de uma forma geral”, explicou a professora.

ZAP // Lusa

8 Comments

  1. As acusações do TPI contra o Presidente russo e contra Maria Lvova-Belova não fazem qualquer sentido. A Rússia não deportou crianças ucranianas para a Rússia, apenas tomou as precauções necessárias a evitar que essas crianças fossem vítimas dos combates que se verificavam na Ucrânia. Tanto assim que várias dessas crianças já foram devolvidas às suas famílias na Ucrânia, quando essas famílias solicitaram o seu regresso. Qual de nós deixaria crianças não acompanhadas em zonas de combate? Só se fossem os americanos…

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  2. A Rússia não deporta crianças, não ataca escolas, não mata civis, não destrói igrejas, nem supermercados, não acerta em paragens de autocarros e nem sequer invadiu a Ucrânia!
    Vergonha para o povo Russo que vai ter de responder pelos crimes de guerra desta e outras agressões.

  3. Manuel Joaquim Afonso,
    Para que são precisos factos quando se dispõe de tanta propaganda?…Nada mais útil do que mentiras muitas vezes repetidas…

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  4. Sr. Nuno Cardoso , seria oportuno que nos esclarecesse e nos faculta-se as ditas “mentiras” , assim compreenderíamos melhor o seu ponto de vista ! …… Lenmbre-se , quem invadiu quem !

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  5. Atento,

    1. A Rússia nunca ataca deliberadamente alvos civis, mas civis podem morrer se a Ucrânia coloca meios militares em zonas residenciais.
    2. A invasão militar da Rússia deveu-se exclusivamente à necessidade de proteger as populações russófonas do Donbass, ameaçadas de ataque por parte das forças armadas ucranianas.
    3. Se a Ucrânia tivesse respeitado os acordos de Minsk, não teria havido qualquer intervenção militar russa.
    4. A NATO quis forçar a Rússia a intervir militarmente, para enfraquecer a Rússia.

  6. Será que este Nuno Cardoso da Silva acredita realmente nas barbaridades que escreve? Mais vale dizer logo que é um troll ao serviço do Putin. Porque em tanto disparate que escreveu, não acertou em nada. Um típico propagandista Russo que “opina” aquilo que o dono lhe manda opinar. Factos? Pff para quê? Dados isentos? Pff para quê se o meu dono me manda o texto todo já escrito. Eu a estes indivíduos só lhes peço para irem para os seu adorados países livres como a Rússia, Cuba, Venezuela ou Coreia do Norte. Não fazem cá falta nenhuma e se aqueles países são assim tão bons, que vã todos para lá!

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