Com falta de álcool, PSP desinfeta com água e lixívia

José Sena Goulão / Lusa

O novo diretor Nacional da PSP, Magina da Silva

O diretor nacional da PSP admitiu, esta segunda-feira, que os polícias estão a usar uma mistura de água e lixívia para fazer a desinfeção das mãos e dos materiais de trabalho, uma vez que não têm álcool.

O diretor nacional da PSP, Magina da Silva, foi um dos convidados do último programa “Prós e Contras“, da RTP, na passada segunda-feira, no qual afirmou que, por falta de álcool, os polícias estão a usar uma mistura de água e lixívia para desinfetarem as mãos, os carros e as superfícies de trabalho.

“Na guerra e nos tempos de crise, temos de nos desenrascar”, afirmou o diretor, acrescentando que esta foi uma solução aconselhada pela própria Direção-Geral de Saúde (DGS).

“O gel desinfetante não existe. Está esgotado. Então estamos a fazê-lo com lixívia, numa proporção de uma de lixívia e nove de água, e temos milhares de vaporizadores espalhados por todas as viaturas e por todos os locais de trabalho”, explicou Magina da Silva, citado pelo jornal online Observador.

Relativamente à falta de equipamento de proteção individual, o diretor nacional diz que teve de ser encontrada uma “solução criativa”. “Quando fomos ao mercado, as máscaras e as luvas já estavam esgotadas. A 13 de março, distribuímos 15 mil equipamentos de proteção individual, constituídos por um kit fechado. Fizemo-lo nós porque descobrimos que as máscaras vinham a monte numa caixa. Então, comprámos 25 mil sacos de plástico para congelar, perante supervisão do médico, e embalámos os 15 mil kits individualmente”.

A 12 de março, o Sindicato da Carreira dos Chefes alertou para o facto de várias esquadras do Comando Metropolitano do Porto terem recebido gel desinfetante com um prazo de validade expirado em 2011.

O superintendente falou ainda na necessidade de os testes para detetar a Covid-19 deverem ser prioritários para os polícias. Neste momento, há 11 polícias infetados e 290 de quarentena, por isso, o responsável alerta para o facto de os agentes poderem começar a faltar nas ruas.

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