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PSP abre processo disciplinar a agente que criticou André Ventura

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José Sena Goulão / Lusa

André Ventura, líder do Chega, com a t-shirt do Movimento Zero durante manifestação de polícias em frente ao Parlamento.

A direção nacional da PSP abriu um processo disciplinar contra Manuel Morais, ex-dirigente sindical e agente do Corpo de Intervenção, por ter criticado a presença do deputado André Ventura na manifestação de polícias de novembro, em Lisboa.

“O Sr. Agente Principal Manuel Morais tem em curso um procedimento disciplinar, na fase de averiguações, por reporte de comportamento suscetível de violar a disciplina e deontologia dos profissionais da PSP”, disse fonte da PSP ao Diário de Notícias, que avançou a notícia esta sexta-feira.

Manuel Morais, recorde-se, criticou a presença do deputado único do Chega na manifestação, considerando que André Ventura “assaltou” o protesto das forças policiais.

“Senti nojo. Houve um assalto de Ventura à manifestação, o que não é admiração para ninguém atento”, disse o ex-sindicalista em declarações ao semanário Expresso, dias depois da manifestação, que reuniu milhares de participantes.

Na altura, Manuel Morais disse sentir-se preocupado, na qualidade de cidadão, por ver o deputado do Chega a discursar no palco da organização com uma camisola do Movimento Zero vestida, sem ser convidado pelos sindicatos responsáveis pelo protesto.

Tal como recorda o DN, os estatutos da PSP proíbem os polícias de “fazer declarações que violem” a “isenção ideológica e partidária” a que estão obrigados.

O jornal tentou contactar o antigo dirigente sindical, mas Manuel Morais não quis prestar declarações sobre o processo. Manuel Morais, recorde-se, demitiu-se em maio da Associação Sindical de Profissionais de Polícia depois de ter denunciado situações de preconceito e racismo na PSP.

ZAP //

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