GREGÓRIO CUNHA/LUSA

Miguel Albuquerque, cabeça de lista às eleições legislativas regionais da Madeira pelo PSD.
Terceiras eleições em ano e meio devem acabar no mesmo: PSD surge com mais intenções de voto do que a percentagem que deu vitória ao governo atual. Oposição fala em possível fraude eleitoral.
Pela terceira vez em ano e meio, a Madeira vai parar para ir às urnas no próximo domingo, 23 de março, com um claro (não tão surpreendente) favorito: o PSD-Madeira, liderado por Miguel Albuquerque.
O atual presidente do governo regional, arguido por alegada corrupção, nem sequer está nos cartazes do partido.
A estratégia pouco usual dos sociais-democratas passa por esconder uma cara “cicatrizada” por “estar-se nas tintas” para as perguntas que pairaram sobre os incêndios que destruíram o arquipélago no verão passado, por “favorecimentos” e casas e férias de luxo, alegadamente pagas pelo Governo. Mas enquanto os outdoors do PSD-M exibem a mensagem “Vota pela Madeira” sem essa cara, Albuquerque mantém presença ativa no Facebook e Instagram, com vídeos de receitas culinárias, inclusive, para descontraidamente atrair os eleitores.
Parece sempre resultar. O PSD-Madeira de Albuquerque surge com 38% das intenções de voto na mais recente sondagem da Aximage para o DN Madeira e TSF Madeira, mais dois pontos percentuais do que a percentagem (36%) que deu vitória ao governo atual, contrariando a sondagem da Intercampus que muitos alarmou, onde Albuquerque vencia com maioria absoluta.
Mas se o PS com o Juntos Pelo Povo (JPP) batem o PSD, os sociais-democratas conseguem fazer uma maioria com o Chega, embora isso não vá muito provavelmente acontecer.
A disputa pelo segundo lugar está acesa, com o o PS-Madeira, de Paulo Cafôfo, com 20,9%, e o JPP, de Élvio Sousa, a alcançar os 19,7%. Seguem-se o Chega, com 8,2%, e o CDS-PP, com 2,6%. A Iniciativa Liberal e o PAN perderiam a representação na Assembleia Legislativa da Madeira, e o Bloco de Esquerda e a CDU continuariam fora do parlamento regional.
Fazendo as contas, o atual acordo de incidência parlamentar entre PSD e CDS obteria 40,6% dos votos — o mesmo que uma eventual coligação entre PS e JPP, mas aquém da maioria absoluta, que exige um mínimo de 24 deputados. E é assim que os quatro mandatos projetados para o Chega se tornam decisivos para o futuro da ilha.
Chega não cede. PS fala em “clima de medo”
O Chega há muito tempo que rejeita alianças com Albuquerque, mas admite entendimentos com o PSD-M caso o atual presidente do governo regional, constituído arguido num processo relacionado com suspeitas de corrupção, se afaste da liderança do partido. Mas para tal o PSD-M também não pode trazer “nenhum dos secretários que faziam parte do seu Executivo e que foram envolvidos em processos de alegada corrupção”, sublinhou o líder do Chega Madeira, Basílio Miguel Câmara Castro esta quarta-feira.
O PS está convencido de que não haverá maioria absoluta para ninguém. Cafofo diz que “indecisos vão decidir” o futuro do arquipélago e apela que os madeirenses façam frente ao “clima de medo” que diz ser posto em prática pelo atual regime.
“Temos um regime asfixiante, que procura condicionar, chantagear e censurar as pessoas. Há um medo”, disse esta quarta-feira Cafôfo à RTP.
“Muito possivelmente poderá haver situações de alegada fraude em determinadas secções de voto”, acusa o líder do JPP, Élvio Sousa esta quinta-feira, que também fala em “medo” incutido pelo PSD aos funcionários públicos.
Se for novamente Eleito , é porque os Eleitores Madeirenses , gostam , tem medo ( e de quê) , ou são Masoquistas !
Têm medo do PS até eu tenho, já viste o estado do continente
Claro, e ao fim de um ano de governação do PSD estamos nisto, só corrupção!
E o que nós, simples mortais preocupados com o dia a dia, não sabemos.