Presidente da Câmara Municipal do Funchal foi detido. Mas Miguel Albuquerque não se demite.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo que levou à detenção do presidente da Câmara do Funchal e de dois gestores do grupo de construção AFA, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
A Polícia Judiciária (PJ) realizou nesta quarta-feira, na Madeira e em vários locais do continente, cerca de 100 buscas numa investigação por suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento vantagem ou oferta indevidos, abuso de poderes e tráfico de influência.
A residência de Miguel Albuquerque (PSD) foi alvo de buscas na parte da manhã.
A meio da tarde o presidente do executivo madeirense dizia que não se demitia mesmo que fosse constituído arguido, e garantia colaborar “de forma ativa com a justiça”.
Segundo uma nota da PJ, no âmbito de três inquéritos dirigidos pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, foram executadas 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias na Madeira (Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava), na Grande Lisboa (Oeiras, Linda-a-Velha, Porto Salvo, Bucelas e Lisboa), em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e Ponta Delgada (Açores).
As detenções do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD) e de dois gestores do grupo AFA ocorreram às 14:15, acrescenta a Polícia Judiciária.
O jornal Correio da Manhã acrescenta que, já nesta quinta-feira, a Polícia Judiciária apreendeu 500 mil euros em notas que estavam no cofre de um empresário ligado a Pedro Calado.
Na operação policial participaram dois juízes de Instrução Criminal, seis magistrados do Ministério Público e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral da República, bem como 270 investigadores criminais e peritos da PJ.
Paulo Cafôfo, líder do PS/Madeira, disse que estas suspeitas “assumem particular gravidade” e espera ver tudo esclarecido, “confiante” na Justiça.
“Limpinho, limpinho”
Este caso, a poucas semanas das eleições legislativas nacionais, já origina associações com a saída do primeiro-ministro António Costa, também por causa de investigação judicial.
Diversos comentadores e políticos lembram que Costa saiu quando não era (nem é) arguido. Neste caso, como já foi mencionado, Miguel Albuquerque não se demite – e é arguido.
Com mais um episódio na Justiça, com mais suspeitas de corrupção, quem agradece é o Chega. “É uma vantagem para a campanha de André Ventura. Isso é limpinho, limpinho, limpinho”, comentou Ana Sá Lopes no jornal Público.
Recorde-se que um dos lemas mais frequentes do partido de André Ventura é o combate à corrupção, uma suspeita que tem pairado sobre diversos detentores de altos cargos políticos e públicos ao longo dos últimos anos.
Até fica a questão: “O Ministério Público está a fazer a campanha do Chega?“.
Mas, como destacou Pedro Santana Lopes na rádio TSF, “não temos dados suficientes” para perceber porque estas buscas acontecem agora.
“Não quero acreditar que o momento tenha sido propositado. Seria muito grave para um Estado de Direito”, acrescentou o antigo primeiro-ministro.
(artigo atualizado às 11h23)
ZAP // Lusa
O PSD tem de começar a fazer como o PS na corrupção.
O Maló de Abreu também é limpinho, limpinho! Quem agradece?
“Zangam-se as comadres, sabem-se as verdade”, realmente…
Montenegro continua a ter razão, quando afirma as diferenças, que diz serem muitas, entre os motivos da demissão de António Costa e o assobiar para o lado de Miguel Albuquerque e PSD.
Os números não enganam..
As evidências também esclarecem as diferenças (repito, entre a HONRADEZ e A CANALHICE).
Haverá cidades onde não há sequer suspeição de corrupção, ou serão verdadeiros “oásis” de virtudes e transparência? Espero pelos próximos capítulos!
Portugal no seu melhor, começo a acreditar que o Tuga é masoquista.
Olha que agora são Santos…
sou apoiante do PSD mas sinto vergonha…
no caso do Costa o PSD foi logo pedir a demissão. Aqui fazem ouvidos moucos…
Ganhem vergonha…
Se o Ministério Público fez cair o Governo com uma pequena frase contra Costa, imaginem o Poder que tem em relação aos outros Governantes.
Ainda há quem diga que a democracia está em perigo com a impossibilidade de constituir governo nas próximas eleições ! . Mas quem é que põe a democracia em perigo não são os próprios “democratas”? E o sr presidente da republica não deveria ter dissolvido a assembleia para nos deixar neste imbróglio! O PM nem sequer é arguido. E agora o Miguel Albuquerque é e não se demite! Mas afinal que coerência é esta!
Dr. Santana Lopes, não interessa a oportunidade da notícia, era importante é que nada deste teor houvesse para ser divulgado em qualquer momento! ! Como é que os exemplos de uns não servem para envergonhar outros ? Seria a chamada vergonha alheia que muitos dos portugueses sentem!
Arguido quer dizer acusado; um acusado pode não ser culpado! veja agora quais as diferenças! A justiça sabe como proceder! e a justiça de Deus condena, aqueles que acusam os outros, sem terem provas.