PSD vai votar contra o Orçamento do Estado para 2022

Tiago Petinga / Lusa

O presidente do PSD, Rui Rio

O PSD vai votar contra o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022). O anúncio foi feito esta quinta-feira pelo líder social-democrata, Rui Rio, numa reunião do grupo parlamentar do partido.

Sem surpresas, o PSD vai votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022. O anúncio foi feito por Rui Rio, esta quinta-feira.

No final da reunião do grupo parlamentar, o líder social-democrata justificou o voto contra por considerar que o documento não estimula o crescimento económico e por “quebrar promessas eleitorais” do Governo de aumentar os salários, quando, devido ao aumento da inflação, vão ter “um corte real”.

Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, Rio sublinhou que o OE2022 configura “uma clara quebra das promessas eleitorais do PS“.

“Eu não estou admirado e procurei alertar durante a campanha eleitoral. As pessoas acreditaram naquilo que o PS ia fazer, mas logo no primeiro Orçamento para meio ano já estão a fugir àquilo com que se comprometeram“, acusou o presidente do partido.

Esta proposta “não está vocacionada para o crescimento e há uma perda real do poder de compra”, vaticinou.

Na semana passada, altura em que o Governo apresentou as linhas gerais do documento, Paulo Mota Pinto adiantou que o OE2022 vai rever em baixa o cenário macroeconómico que constava na proposta chumbada sem que isso afete a previsão do défice para 2022, naquilo que chamou de “regresso encapotado da austeridade”.

“O Governo assume que está a cobrar mais impostos, porque a receita tem corrido melhor; assume que o cenário macroeconómico se está a degradar, mas que se mantém o défice. E assume que não pode garantir a recuperação dos salários em relação à inflação – embora haja, claro, o objetivo de evitar a contaminação da inflação ao poder de compra”, disse o líder parlamentar do PSD.

Apesar de ter realçado que o Executivo socialista tem a intenção de travar a espiral inflacionista, o social-democrata anunciou que tal não passa pela compensação salarial. “Há aqui um regresso encapotado da austeridade pela previsível perda de rendimentos nos salários mais controlados diretamente pelo Estado que são os da Função Pública“, atirou, na ocasião.

O debate e a votação do documento na generalidade decorrem na próxima semana, a 28 e 29 de abril.

Liliana Malainho, ZAP // Lusa

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