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PSD disse “não” ao Chega no continente, mas não nos Açores. Rio teme “impacto nacional”

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ppdpsd / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio

O PSD rejeitou acordos autárquicos com o Chega no continente e a possibilidade de coligações no arquipélago dos Açores entram em choque frontal com política autárquica da direção do partido de Rui Rio.

Na quarta-feira, quando questionado sobre possíveis acordos autárquicos com o Chega nos Açores, o secretário-geral do PSD, José Silvano, disse não ter qualquer conhecimento de que se estejam a preparar esse tipo de coligações.

Contudo, depois, segundo o Diário de Notícias, o presidente do PSD Rui Rio falou com José Manuel Bolieiro, líder do PSD/Açores e presidente do Governo Regional, que não terá confirmado estar já alguma coligação fechada.

O jornal relata, porém, que as relações entre o PSD e o Chega são íntimas: o Chega assinou o acordo que permite a Bolieiro governar o arquipélago mesmo não tendo vencido as eleições regionais.

Rui Rio reconhece a autonomia do PSD/Açores na escolha dos seus candidatos, mas fez saber que a autonomia tem um limite: escolhas que “tenham impacto nacional”, segundo disse um membro do partido ao DN.

Eventuais acordos locais entre os dois partidos no arquipélago entram em choque frontal com o que Rui Rio disse, no final de janeiro, na cerimónia com o líder nacional do CDS-PP onde ambos celebraram um acordo-quadro visando coligações autárquicas.

“Este acordo não vai dizer que só há coligações com o CDS e com mais ninguém (…) A única questão que estamos de acordo é que não haverá com o Chega, mas tirando o Chega logo se verá”, afirmou. “O Chega para ter conversas com o PSD tem de se moderar, o Chega não se tem moderado, não há conversa nenhuma.”

Suzana Garcia: “Um erro que se vai voltar contra o PSD”

O PSD tem andado envolto em polémico devido à candidatura da advogada independente Suzana Garcia – antiga comentadora de casos de política na TVI – à câmara da Amadora.

Numa entrevista ao Expresso, um dia depois de ter sido anunciada como candidata do PSD à Câmara da Amadora, Suzana Garcia revelou que recebeu convites de “todos os partidos da direita” para projetos políticos e que não rejeitaria coligar-se com ninguém, desde que lhe fosse permitido protagonizar um projeto de rutura.

Assim, a candidata social-democrata não colocou entraves a um diálogo com o Chega.

 

No programa Circulatura do Quadrado, na TVI24, Pacheco Pereira, ex-líder parlamentar do PSD, classificou a decisão da direção do partido como “um erro, como foi o acordo dos Açores, que se vai voltar contra o PSD”. “O problema está na linguagem. A linguagem é a do Chega e a linguagem do Chega é a do populismo dos nossos dias”, afirmou, citado pelo Sol.

Já no programa Sem Moderação, no Canal Q e TSF, o ex-deputado do PSD José Eduardo Martins apontou contradições nas escolhas de Rui Rio. “A soma destas coisas todas dá uma pessoa que me parece um bocadinho desnorteada à procura de um qualquer critério para sobreviver à noite das eleições autárquicas”, disse.

O ex-deputado do PSD considerou ainda que Rio “joga a sobrevivência na liderança do PSD nas próximas autárquicas e por esta altura já só contam os votos”.

Por outro lado, em entrevista ao Observador, o líder da distrital do PSD/Lisboa Ângelo Pereira disse que “Suzana Garcia é uma candidata combativa, inteligente, determinada, ciente dos problemas sociais da Amadora” e “tem um perfil de autarca, tem um perfil de fazer coisas, de resolver coisas”.

“Suzana Garcia é a candidata perfeita para romper com a indiferença. É uma candidata de rutura de 42 anos de gestão de esquerda que tem apresentado índices grandes de criminalidade e de abandono escolar superiores à Área Metropolitana de Lisboa. Suzana Garcia tem o perfil ideal”, concluiu.

Maria Campos, ZAP //

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