“Façam-se já as obras no Humberto Delgado”. PSD confirma audições sobre o novo aeroporto, mas desafia Governo a reabilitar o atual

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O ex-líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro

O presidente do PSD, Luís Montenegro, confirmou na terça-feira que está a ouvir personalidades e instituições sobre a solução para o novo aeroporto. Mas desafiou: “façam-se já as obras no Humberto Delgado”.

Num encontro organizado pela Caixa Geral de Depósitos, em Oeiras, afirmou que essas obras já deviam ter avançado na altura da pandemia, “mas o Governo esteve a dormir e não aproveitou a retração da atividade aeroportuária”.

“No PSD estamos a fazer um conjunto de audições com técnicos especializados e entidades com opinião formada e que podem ajudar-nos a ter um retrato completo sobre o tema”, disse aos jornalistas, citado pelo Expresso, revelando somente que serão ouvidas “mais de uma dezena” de personalidades e instituições.

Comprometendo-se a ser “o mais rápido que for capaz para ter uma decisão consciente, fundamentada e exequível”, referiu que não aceita “pressões de ninguém” nem “chantagens psicológicas, políticas e institucionais de ninguém”.

“Não vou decidir pelo Governo. Não vamos impor ao PSD um prazo apertado para decidir uma coisa em sete dias que o Governo não decidiu em sete anos”, frisou, indicando “está na cara que a [Avaliação Ambiental Estratégica] AAE que tinha sido alvo de concurso público não se vai realizar”.

PSD contra nova taxa sobre lucros extraordinários

Montenegro disse ainda ser contra a criação de uma nova taxa sobre os lucros extraordinários em setores como a banca ou as energéticas, considerando que as empresas em Portugal “já pagam muitos impostos”.

“Era se calhar muito mais popular – e demagógico – dizer que se deviam taxar estes rendimentos excecionais, mas infelizmente vivemos num país onde todas as empresas já pagam muitos impostos, como o IRC, a derrama estadual, derrama local, e, no caso do setor energético, uma contribuição extraordinária suplementar que no Orçamento deste ano será de 125 milhões de euros”, apontou.

Para o presidente do PSD, “não há justificação para criar mais impostos e será um sinal incorreto aos que investem no setor da energia em Portugal”. “Havendo lucros superiores haverá também uma arrecadação de impostos superior”, frisou.

Depois de a Galp ter anunciado na segunda-feira lucros de 420 milhões de euros no primeiro semestre, BE e PCP desafiaram o Governo a avançar com uma taxa sobre lucros extraordinários.

Em abril, o ex-presidente do PSD, Rui Rio, tinha dito concordar com a possibilidade avançada pelo ministro da Economia de taxar lucros conjunturais que podem acontecer em alguns setores devido ao contexto de guerra na Ucrânia, e com a qual o executivo não chegou a avançar por enquanto.

“Se a ideia é que os lucros decorrentes da situação conjuntural que vivemos, que esse adicional de lucro seja taxado adicionalmente, concordo”, ressalvou então Rio, dizendo que se tal se pode aplicar quer à pandemia de covid-19 quer às consequências da guerra da Ucrânia.

Questionado sobre esta posição de Rio, Montenegro ressalvou que “o PSD nunca teve essa opinião em termos finais”.

ZAP //

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