“Novo espírito”: PS mudou de estratégia e a prioridade agora é outra

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Miguel Pereira da Silva / LUSA

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos.

Pedro Nuno cedeu: campanha vai focar-se no programa e não nas “falhas éticas” de Montenegro.

O Partido Socialista (PS) está diferente.

Depois de meses a liderar as críticas e ataques à conduta de Luís Montenegro, ao seu envolvimento na Spinumviva e à “fuga” às perguntas colocadas pelos vários partidos, Pedro Nuno Santos tem deixado a inimizade de lado nos últimos dias: está mais concentrado no seu PS.

Notou-se isso na apresentação do programa socialista, este fim de semana. O secretário-geral do PS evitou qualquer referência direta à Spinumviva ou a qualquer caso polémico a envolver o primeiro-ministro. Mesmo a “falta de idoneidade e credibilidade” de que acusou Montenegro foi apontada ao seu “projeto para o país”, e não à sua conduta pessoal.

Já esta segunda-feira, na apresentação da lista de candidatos por Aveiro, Pedro Nuno disse que estava na altura de virar a página. Nesta campanha, prometeu “encerrar um capítulo de suspeição sobre um líder de governo” e “iniciar uma nova fase com propostas que ajudam a resolver de forma eficaz e concreta os problemas dos portugueses”.

Para trás ficarão, assim, a intenção do PS de propor a criação de uma comissão de inquérito aos atos de Luís Montenegro enquanto governante, após a tomada de posse do novo Parlamento?

O presidente do partido, Carlos César, já tinha dado sinais disso após a reunião da Comissão Política do PS. “Aquilo em que nos centraremos é em expor como fazemos melhor”, disse: “essa será a primeira preocupação dos socialistas. Importa imprimir um novo espírito empreendedor”.

“Nós falaremos do que estiver em causa nestas eleições (…) mas centraremos a nossa demonstração no que deve ser feito como alternativa ao atual Governo”, reforçou Carlos César — mas Montenegro não vai ficar totalmente de fora das bocas socialistas, garante.

O próprio PS confirma esta mudança de postura. Se já havia divisão interna no PS quanto à eficácia de uma postura de ataque às falhas éticas de Montenegro na campanha, fontes da direção socialista confessam ao Público que Pedro Nuno cedeu à opinião daqueles que dizem que a melhor forma de recuperar a confiança dos eleitores seria através da apresentação de propostas sólidas e credíveis para o país e para os portugueses.

Tomás Guimarães, ZAP //

2 Comments

  1. Isto só prova que o PS anda à deriva. A falta de coerência vai continuar a tramá-lo. E o líder também não ajuda. Está muito chamuscado.

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