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PS aposta tudo no PCP (quer para aprovar OE, quer para bloquear coligações negativas)

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António Cotrim / Lusa

O clima de tensão entre o PS e o Bloco de Esquerda intensificou-se nas últimas semanas. As atenções voltam-se agora para as negociações com o PCP.

Esta sexta-feira, arrancam as votações do Orçamento do Estado para 2021. O PS está preocupado com os perigos da votação artigo a artigo, nomeadamente com algumas propostas do PSD que podem fazer aumentar a despesa pública e reduzir a receita.

Segundo o Expresso, os comunistas alinham nos princípios das medidas, mas há desencontros nos moldes das mesmas. Assim sendo, só este último senão pode bloquear uma aprovação.

Fonte do PCP revelou ao semanário que os os comunistas têm várias propostas no mesmo sentido e essas serão votadas antes das do PSD. Isto significa que, se o PS quiser evitar que as dos sociais-democratas sejam viabilizadas, terá de optar pelas medidas do antigo parceiro de geringonça.

Ana Catarina Mendes, líder parlamentar do PS, disse recentemente que a proposta do PSD de suspensão do Pagamento por Conta “tira três mil milhões de receita ao Estado“, mas não é a única medida que faz soar o alarme dos socialistas: a redução do preço das portagens nas ex-SCUT em 50% pode retirar cerca de 100 milhões por ano e chegar a 1000 milhões ao longo da concessão.

Ainda segundo o Expresso, medidas do PCP que podem ser aprovadas pelo PSD, como as alterações ao subsídio de risco (para todos os trabalhadores dos serviços essenciais) e a redução do IVA de 23% para 13% das bebidas na restauração, também preocupam o PS.

Para evitar que se formem maiorias negativas contra o Governo, a líder parlamentar do PS admite estar a tentar convencer o PCP a não aprovar medidas como a suspensão do Pagamento por Conta de IRC. “Tentarei, garanto que tentarei [convencer o PCP a votar contra]”, disse Ana Catarina Mendes.

Na quarta-feira, o PS saiu otimista de uma reunião com o PCP. O pagamento por inteiro dos salários em lay-off ou o aumento em 100 euros do mínimo de existência são propostas que os comunistas conseguiram levar avante. O reforço das verbas para reduzir o preço dos passes sociais e a contratação de assistentes operacionais para as escolas são medidas que estarão ainda a ser negociadas com o PS.

Já em relação ao outro parceiro, o Bloco de Esquerda, o clima é mais frio.

ZAP //

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