O Partido Socialista está adormecido na pré-campanha para as eleições europeias de 26 de maio. Pedro Marques, o cabeça-de-lista do partido, está sozinho no terreno.
Este domingo, Pedro Marques entregou as assinaturas para a lista do PS ao Parlamento Europeu, mas, ao que parece, é um candidato sozinho no terreno. Ao Público, uma fonte da campanha de Pedro Marques revela que se observa uma “total ausência de combate político” por parte do Partido Socialista.
Todas as “provocações” de Rui Rio, Paulo Rangel, Assunção Cristas ou Nuno Melo mantêm-se sem qualquer resposta do PS. Ao matutino, a fonte da campanha de Pedro Marques diz esperar que a sondagem da Aximage, que diminui as esperanças dos socialistas nas eleições, sirva para que os dirigentes do partido “acordem” e tenham um “sobressalto”.
No seu entender, é preciso que o partido inverta aquela que tem sido uma tendência de “ausência do PS” nestes primeiros dias de pré-campanha para as eleições para o Parlamento Europeu.
A questão vai mais além do que acompanhar o candidato. Todas as questões políticas diariamente colocadas pela oposição não têm merecido resposta por parte dos dirigentes do PS. “Ou o PS se mexe e começa a apontar as contradições da campanha do PSD e do CDS ou, se isso não acontecer, arriscamo-nos a ter uma votação baixa”, diz ao diário a mesma fonte.
A polémica das nomeações familiares no Governo parecem ter abalado o PS, mas a falta de apoio por parte dos dirigentes nacionais é também considerada um fator de perturbação da campanha.
António Costa faz frente a Rio, Rangel e Cristas, mas só aos fins-de-semana. Nos dias úteis, Pedro Marques é um homem sozinho no terreno.
A campanha do cabeça-de-lista do PS começou cedo, em meados de fevereiro, e tem sido muito ativa. No entanto, Pedro Marques não conta com uma participação frequente do partido e das figuras com mais peso dentro dele. Além disso, mesmo nos momentos em que consegue ganhar alguma notoriedade, Pedro Marques não é feliz.
Como conta o Público, o principal exemplo aconteceu no período de Carnaval. Numa altura em que os políticos fogem das ruas, o cabeça-de-lista do PS arriscou e resolveu ir fazer campanha no meio da folia carnavalesca de Loulé e Torres Vedras.
Desta sua visita, destaca-se um vídeo partilhado na Internet em que Pedro Marques dançava ao lado de matrafonas em Torres Vedras, um momento pouco feliz que tornou o candidato num alvo fácil dos mais diversos programas de humor e que, ainda hoje, é a imagem mais marcante da pré-campanha de Marques.