Próximo alvo das sanções dos EUA? O ouro da Rússia

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Joe Biden, presidente dos EUA

O Tesouro dos Estados Unidos emitiu um aviso de que as transações de ouro com a Rússia são proibidas, segundo ordens executivas assinadas pelo Presidente Joe Biden.

A diretiva marca a primeira vez que a agência deixou claro ao mercado do ouro que deixaria de negociar com as entidades russas sancionadas.

A Rússia passou anos a construir o quinto maior depósito de ouro do mundo, e está agora a ser sancionada porque as vendas do mesmo poderiam ajudar a recuperar a queda do rublo, que piora à medida que as economias globais punem a Rússia, após a sua invasão da Ucrânia, segundo a Bloomberg.

“As pessoas dos EUA estão proibidas de participar em qualquer transação — incluindo relacionadas com o ouro — que envolvam o Banco Central da Federação Russa, o Fundo Nacional da Riqueza da Federação Russa, ou o Ministério das Finanças da Federação Russa”, declarou o Tesouro, numa secção de perguntas e respostas do seu site, esta quinta-feira.

A declaração surgiu após os EUA anunciaram um novo pacote de sanções às elites, legisladores e empresas de defesa russas, para aumentar a pressão sobre Moscovo.

O CME Group, que gere a maior bolsa dos EUA para o comércio de ouro, suspendeu no início deste mês seis refinarias de ouro russas. O mercado do ouro de Londres também suspendeu todas as refinarias russas da sua lista acreditada.

Os preços do ouro para entrega em junho aumentaram 1,1%, para $1.964 por onça, às 10:24 em Nova Iorque. O metal precioso subiu cerca de 2,8% desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,6 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Alice Carqueja, ZAP //

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